O presidente Jair Bolsonaro (PL) foi o primeiro convidado da série de entrevistas realizada pelo Jornal Nacional com os candidatos à Presidência da República. Em uma sabatina de 40 minutos, o chefe do executivo falou de seus feitos no Palácio do Planalto e traçou perspectivas, caso reeleito.
A entrevista teve alguns momentos “acalorados" protagonizados pelo âncora do JN, William Bonner.
STF e TSE
William Bonner iniciou a sabatina questionando Bolsonaro sobre suas críticas a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O jornalista perguntou se o presidente não estaria criando um ambiente que “pudesse permitir um golpe”. Em resposta, o chefe do executivo foi taxativo e disse que Bonner estava mentindo ao falar que ele xingava ministros e ressaltou que seu único objetivo é ter “transparência” nas eleições.
“Primeiro, você não está falando a verdade quando fala em xingar ministros, isso não existe, é fake news da sua parte. Outra coisa, eu quero é transparência nas eleições, vocês com toda certeza não leram o inquérito de 2018 da Polícia Federal, que inclusive está inconcluso. É aquela pergunta que eu sempre faço: se você pode botar uma tranca a mais na sua casa, para evitar que ela seja assaltada, você vai fazer ou não. Então esse é o objetivo, disso que eu tenho falado sobre o Tribunal Superior Eleitoral”, declarou Bolsonaro.
Bonner insistiu no tema e indagou se o presidente iria “respeitar” o resultado das urnas. “Vamos respeitar o resultado das urnas. Vamos botar um ponto final nisso”, respondeu Bolsonaro.
O presidente frisou que nunca pediu o fechamento do Congresso ou do STF, e que essas manifestações partem de parte da população, que tem o direito de se expressar. “É liberdade de expressão deles, não posso é eu ameaçar fechar o Congresso ou o Supremo Tribunal Federal”, colocou.
Economia
O presidente disse ainda que suas promessas feitas em 2018 foram frustradas por acontecimentos que fugiram de seu alcance, como a pandemia e a guerra na Ucrânia. “Minhas promessas foram frustradas pela pandemia, por uma seca enorme que tivemos ano passado e pela guerra na Ucrânia”, falou.
Governo sem corrupção
Bolsonaro destacou que vem governando sem casos de corrupção em sua gestão, e citou ministros como Tarcísio de Freitas, da Infraestrutura. “O importante: esse é um governo sem corrupção. Qual governo teria como ministro o Tarcísio de Freitas na Infraestrutura? Estamos governando com competência e sem corrupção”, reforçou.
Pandemia
A jornalista Renata Vasconcellos tocou no assunto da pandemia da covid-19 e perguntou se Bolsonaro não se arrependi de alguma atitude ou decisão tomada naquele momento, sobretudo em relação às vacinas.
“Não poderia eu em um primeiro momento assinar certos contratos com a Pfizer onde a Pfizer não garantia a entrega das vacinas. Fizemos a nossa parte, e o grande erro disso tudo foi o trabalho da grande mídia. [...] Não errei nada do que eu falei. Durou mais de um ano o lockdown e até hoje tem gente morrendo por covid”, declarou o presidente.
Sobre a crise em Manaus, no pico da pandemia, Bolsonaro enfatizou que fez sua parte, enviando recursos. “Fizemos a nossa parte em Manaus”, disse.
Minuto final
Ao fim da entrevista, foi concedido um minuto ininterrupto para o presidente fazer suas considerações finais.
“O que eu tenho a falar para a população brasileira. Peguei o Brasil em uma situação crítica, por uma questão ética, moral e econômica, começamos a trabalhar, fizemos muitas reformas, infelizmente tivemos a covid, depois tivemos a guerra lá fora, tivemos uma seca enorme e nós fizemos todo o possível para que a população brasileira sofresse o menos possível, isso nós fizemos. Hoje você nota, o preço do combustível caiu assustadoramente, nada de canetada, um trabalho nosso junto ao parlamento brasileiro. Conseguimos 600 reais de Auxílio Brasil para 20 milhões de pessoas mais pobres, conseguimos a transposição do São Francisco, que estava parada desde 2012, levando água para o Nordeste. Nós pacificamos o MST, titulando terras pelo Brasil e 90% dessas titulações foram para as mulheres. Criamos o Pix, tirando dinheiro de banqueiro, fazendo com que a população pudesse se transformar, muitos em pequenos empresários, o Pix sem qualquer taxação, anistiamos 90% da dívida de 1 milhão de jovens juntos ao Fies. Muito obrigada”, concluiu Bolsonaro.
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