Após ter sua candidatura homologada na convenção nacional do MDB na quarta-feira, 27, a senadora Simone Tebet (MS) recebeu do partido a garantia que receberá R$ 30 milhões do Fundo Eleitoral para sua campanha presidencial.
Apesar de desistirem de enfrentar Tebet na convenção do MDB, apoiadores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na legenda ouvidos pela reportagem defenderam que a fatia dos recursos públicos destinada à campanha ao Palácio do Planalto fosse menor para que se aumentasse o volume reservado aos candidatos a deputado federal.
Esse grupo lembra que em 2018 o candidato do MDB à presidência, Henrique Meirelles, dispensou o Fundo Eleitoral e gastou R$ 54 milhões do próprio bolso. A campanha emedebista foi a mais cara, apesar do ex-ministro ter recebido apenas 1,2% dos votos.
O argumento do grupo pró–Simone Tebet no MDB é que o partido tem um regime presidencialista e por isso estaria blindado de eventuais manobras da executiva para esvaziar a campanha. Na prática, porém, Baleia Rossi fez um intenso trabalho de articulação nos bastidores junto aos caciques regionais.
Os candidatos a deputado federal com mandato receberão R$ 2,5 milhão e as sete candidaturas a governador – DF, AL, PA, AM, PB, AC e MS – serão contempladas prioritariamente.
Aliado de Lula, o senador Marcelo Castro (PI) é o tesoureiro nacional do MDB e “assina os cheques” junto com Baleia Rossi. Os dois, porém, estão alinhados.
Em conversas reservadas com aliados, Baleia Rossi disse que Simone teria originalmente R$ 36 milhões, ou cerca de 10% do Fundo Eleitoral do MDB, mas abriu mão de R$ 6 milhões para reforçar o caixa geral. A decisão de realizar a convenção no formato virtual em Brasília é citada no entorno de Rossi como exemplo de contenção de despesas. Se fosse presencial, o evento teria custado R$ 3 milhões. Pelo Zoom o valor gasto foi de R$ 10 mil.
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