O PSDB, o partido Novo e o PP informaram nesta terça-feira, 9, que não devem apoiar nenhum candidato no segundo turno das eleições presidenciais, que serão decididas entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT). O PTB fechou apoio ao capitão reformado do Exército e o PSB apoiará o ex-prefeito de São Paulo. O Solidariedade deve liberar seus integrantres, majoritariamente favoráveis a Haddad.
"Não apoiaremos nem o PT nem o candidato Bolsonaro. O PSDB decidiu liberar seus militantes e seus líderes", anunciou o presidente da legenda, Geraldo Alckmin após reunião da executiva nacional que ocorreu na sede do partido, em Brasília. Ele pontuou que a liberação do partido significa neutralidade na campanha. Durante o encontro, Alckmin criticou o candidato ao governo de São Paulo, João Doria, favorável ao apoio a Bolsonaro.
"O Novo não apoiará nenhum candidato à Presidência, mas somos absolutamente contrários ao PT, que tem ideias e práticas opostas às nossas", diz a nota enviada pela sigla à imprensa.
- Foto: Marcelo Cardoso/GP1 - Estadão Conteúdo Jair Bolsonaro e Fernando Haddad
Na mesma linha, o PP comunicou a postura "de absoluta isenção e neutralidade" nesta terça. "O eleitor quer tomar sua decisão sem que qualquer outro aspecto, que não os candidatos, sejam levados em consideração como critério de escolha", diz o documento. A sigla destaca ainda que deseja contribuir com o futuro governo - o partido elegeu 37 deputados federais e cinco senadores.
O PTB anunciou nesta tarde apoio ao capitão reformado. "Acreditamos que Jair Bolsonaro trabalhará para que o nosso país volte aos trilhos do desenvolvimento social e econômico, e pela pacificação e união do povo brasileiro", informou a sigla em nota. O partido elegeu 10 deputados federais nas eleições de domingo.
Novo critica PT, mas fica neutro
Com pouco mais de 2,7 milhões de votos, o candidato João Amoêdo, líder do Novo, ficou em quinto lugar na disputa presidencial, à frente de nomes como Marina Silva (Rede), Henrique Meirelles (MDB) e o senador Alvaro Dias (Podemos).
Na segunda, em entrevista ao Estado, Amoêdo chegou a elogiar o economista Paulo Guedes, coordenador econômico da campanha do capitão reformado. “Ele tem algumas ideias que se assemelham ao que defendemos, como mais liberdade econômica e privatização de estatais”, afirmou. “O problema é que essas propostas vêm do assessor econômico. Bolsonaro, como deputado (o candidato está em seu sétimo mandato na Câmara), nunca foi um grande defensor dessas pautas", disse.
No entanto, um dia depois, a sigla tomou a decisão de manter a neutralidade. "O cenário presidencial no segundo turno não é aquele que desejávamos. Manteremos nossa coerência e nossa contribuição se dará através da atuação de nossa bancada eleita", informa o documento. Nessas eleições, a sigla elegeu oito deputados federais, onze estaduais e um distrital. O PSDB e o PPS ainda terão reuniões entre terça e quarta para decidir qual posicionamento adotar.
PSB decide apoiar Fernando Haddad no 2º turno
Os integrantes da Executiva Nacional do PSB decidiram nesta terça-feira que a sigla apoiará oficialmente Fernando Haddad, do PT, no segundo turno da eleição presidencial. Os diretórios do Distrito Federal e de São Paulo, no entanto, foram liberados para se posicionarem de forma independente. Ao anunciar a decisão, o presidente da sigla, Carlos Siqueira, afirmou, no entanto, que o partido cobrará de Haddad a formação de uma frente democrática envolvendo além de partidos políticos, atores da sociedade civil.
"Não estamos apoiando o candidato do PT, mas sim quem vai liderar essa frente para defender a democracia", afirmou Siqueira. O partido deverá ainda entregar a Haddad um documento com pautas programáticas. De acordo com o presidente do partido, o PT não pediu apoio formalmente. "Estamos nos posicionando porque é a obrigação de um partido que tem vida republicana", disse.
O apoio do PSB era considerado pelo PT como fundamental para impulsionar a candidatura do partido no segundo turno e angariar forças contra o adversário Jair Bolsonaro. A sigla ainda disputa o segundo turno em São Paulo, com Márcio França, no Distrito Federal, com Rodrigo Rollemberg, no Amapá, com João Capiberibe, e em Sergipe, com Valadares Filho.
Haddad afirmou que a "recomposição de campo" é importante para fortalecê-lo na disputa final. O ex-prefeito de São Paulo citou também o apoio do PDT e do PSOL e ressaltou que, neste momento, ninguém está discutindo a definição de cargos em um eventual governo.
Candidato ao governo de São Paulo, Márcio França (PSB) defendeu que o partido se mantivesse neutro em relação ao pleito nacional. Haddad lembrou ao pessebista, no entanto, que o PT apoia candidatos do PSB em Estados no primeiro e no segundo turno. No último domingo, 7, o PSB elegeu candidatos em Pernambuco, Paraíba e Espírito Santo.
Em campanha para o segundo turno, França não compareceu à reunião da executiva nacional.
DEM libera apoio individual
O DEM deve liberar o apoio individual de seus quadros aos candidatos. O partido presidido pelo prefeito de Salvador (BA), ACM Neto, não fará um anúncio formal de adesão. Como o DEM historicamente,faz oposição ao PT, a tendência é que a maior parte dos filiados com mandato e militantes do partido siga em campanha pelo capitão reformado.
É o caso da líder da Frente da Agropecuária, Tereza Cristina (MS), de Onyx Lorenzoni(RS), coordenador da campanha de Bolsonaro à revelia do DEM, e do líder da bancada da bala, Alberto Fraga (DF), que perdeu a eleição para o governo do Distrito Federal. Os três são colegas de Bolsonaro na Câmara dos Deputados. Outros integrantes da cúpula do DEM devem declarar voto em Bolsonaro, mas sem fazer campanha pública por ele.
Apoio crítico
Na segunda, o presidente do PDT, Carlos Lupi, disse que o partido deve anunciar o que está chamando de "apoio crítico" à candidatura de Fernando Haddad (PT), no segundo turno. No mesmo dia, a executiva nacional do PSOL oficializou apoio ao petista.
PRB
O PRB reúne na noite de hoje a bancada de 30 deputados eleitos para definir a posição do partido no segundo turno das eleições presidenciais. A preferência da cúpula da legenda é apoiar Bolsonaro. O partido é ligado à Igreja Universal do Reino de Deus, cujo líder religioso, o bispo Edir Macedo, declarou voto em Bolsonaro. Às vésperas da eleição, o candidato do PSL deu uma entrevista exclusiva à RecordTV, que pertence a Macedo, e faltou ao debate na TV Globo.
O PRB foi uma das legendas conservadoras que mais cresceu, passando de 21 para 30 parlamentares, aumento de 42%. O partido estava aliado ao tucano Geraldo Alckmin, que ficou em quarto lugar na disputa do Palácio do Planalto.
Solidariedade
Com maioria favorável a entrar em campanha pelo candidato do PT, o Solidariedade tende a liberar a bancada de parlamentares e seus filiados no segundo turno. A executiva nacional do Solidariedade vai se reunir nesta quarta-feira às 10h para tomar a decisão num hotel em São Paulo.
“Eu acho que tem gente de todo lado, uma maioria pró Haddad. Mas acho que o melhor caminho para o partido é liberar. A ideia que eu tenho é encaminhar a proposta de liberar. Quem quiser ajudar o Haddad vai ajudar, sem ter obrigação de apoiá-lo”, disse ao Estado o presidente do partido, deputado Paulinho da Força (SP), reeleito no domingo.
Valdemar Costa Neto libera PR de apoio formal a Bolsonaro ou Haddad
O Partido da República (PR) liberou seus parlamentares para apoiar qualquer um dos candidatos a presidente da República no segundo turno das eleições 2018.
No comando do PR, o ex-deputado Valdemar Costa Neto, condenado no mensalão, comunicou aos parlamentares sobre a decisão de neutralidade, depois de participar de reunião ontem com outros dirigentes de partidos do Centrão (DEM, PP, PRB e Solidariedade), que estavam coligados ao tucano Geraldo Alckmin, derrotado no primeiro turno.
“Valdemar já autorizou a liberação em todos os Estados. Cada parlamentar apoia quem achar que deve", disse ao Estado o líder do PR na Câmara, deputado José Rocha (BA), reeleito na Bahia e apoiador de Haddad. O PR tem atualmente 40 parlamentares na Casa e elegeu 33 para a próxima legislatura.
Rocha diz que não há como quantificar nesta terça-feira se a bancada tem uma maioria pró-Haddad ou pró-Bolsonaro. Na Bahia, diz ele, a maioria é favorável ao petista por causa da coligação e base do governador reeleito Rui Costa, do PT. Já em São Paulo, há integrantes da bancada da bala que apoiam abertamente Bolsonaro, como o deputado capitão Augusto (PR-SP).
Rocha avalia que, numa eleição de dois candidatos, os parlamentares têm pouca capacidade de angariar votos para um ou outro. “É uma eleição entre eleitor e candidato”, disse Rocha. “Não existe um comando, é a vontade expressa do eleitor. Não adianta apoio formal, é um apoio que não se viabiliza na prática. No primeiro turno você dá o apoio do tempo partidário de televisão. Agora não tem mais, o tempo de televisão é meio a meio no segundo turno.”
O líder do PR entende que os únicos partidos que conseguem orientar voto no segundo turno são os que ele chama de “ideológicos”, principalmente de esquerda, como PDT e PSB, entre outros: “Orientação partidária no segundo turno não existe, a não ser os partidos ideológicos e os religiosos, as igrejas, que comandam.”
NOTÍCIAS RELACIONADAS
Progressistas de Ciro Nogueira decide ficar neutro no 2° turno
Partido Novo afirma que não vai apoiar nenhum candidato no 2º turno
Ver todos os comentários | 0 |