A inflação brasileira acelerou para 0,52% em dezembro e fechou o ano de 2024 com alta de 4,83%, acima do teto da meta de 4,5%. Os números, divulgados nesta sexta-feira (10) pelo IBGE, vieram em linha com a expectativa dos analistas de mercado, que projetavam 0,54% em dezembro e 4,86% no acumulado do ano. O desempenho de dezembro veio após uma desaceleração de 0,39% em novembro. Em 2023, a inflação acumulada foi de 4,62%, após uma alta de 5,79% em 2022.
O grupo alimentação e bebidas teve o maior impacto sobre o resultado do ano, com alta de 7,69% em 12 meses. As altas acumuladas nos preços dos grupos saúde e cuidados pessoais (6,09%) e transportes (3,30%) também foram significativas, puxando o IPCA para cima. No total, esses três grupos foram responsáveis por cerca de 65% da inflação de 2024. A gasolina foi o item de maior impacto no IPCA pelo segundo ano consecutivo, com alta acumulada de 9,71% em 2024. Em segundo lugar, está o plano de saúde, cujos preços subiram 7,87% em 12 meses.
A refeição fora do domicílio também está entre os itens que mais viram preços altos no último ano, acumulando alta de 5,70%. O café exerceu o quarto maior impacto sobre a inflação de 2024, com alta de 39,60% nos preços ao longo do ano. Por outro lado, as passagens aéreas tiveram quedas nos preços que ajudaram a puxar o índice para baixo, caindo 22,20% em 2024. Entre os alimentos, o tomate e a cebola fecharam o ano com recuo significativo (-25,86% e -35,31%, respectivamente).
Indicado pelo presidente Lula, o atual presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, deve apresentar hoje uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, elencando as razões para a inflação ter ficado acima do teto da meta em 2024. A carta irá mencionar ainda quais foram e quais serão as próximas medidas do BC para colocar a alta de preços dentro do estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CNM). O centro da meta é 3% no acumulado entre janeiro e dezembro, com tolerância de 1,5 ponto para cima (4,5%) ou para baixo (1,5%).
Atualmente, a Selic (taxa básica de juros) está em 12,25% ao ano, e o BC já indicou duas novas altas para janeiro e março. A taxa de juros é o principal instrumento do BC para conter a inflação.
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