O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil (BC) realizou mais um corte na taxa Selic, durante reunião nessa quarta-feira (08). Dessa vez, um corte de 0,25 ponto percentual, após seis reduções consecutivas de 0,5 p.p., e a taxa chegou a 10,5% ao ano.
Durante a votação, Roberto de Oliveira Campos Neto, presidente do BC, e outros quatro diretores da instituição votaram pelo corte de 0,24 ponto percentual. Por outro lado, os quatro indicados do governo Lula votaram pela redução de 0,5 p.p., entre eles, o diretor Gabriel Galípolo, cotado para ser o próximo gestor máximo do Banco Central (BACEN).
A votação aprofunda as diferenças entre a atual gestão do BACEN e o Governo Lula, que defende uma queda mais rápida dos juros no Brasil. A expectativa da alta cúpula é de que a taxa chegue a aproximadamente 9%, até o final do atual mandato, em 2026.
Em cada decisão sobre a taxa Selic, o BC precisa apresentar algumas justificativas. Dessa vez, alegou que o ambiente externo é adverso, por conta da política monetária praticada nos Estados Unidos da América.
“O ambiente externo mostra-se mais adverso, em função da incerteza elevada e persistente referente ao início da flexibilização de política monetária nos Estados Unidos e à velocidade com que se observará a queda da inflação de forma sustentada em diversos países. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, consta na justificativa do Banco Central.
Após a decisão do comitê, o vice-presidente Geraldo Alckmin afirmou em rede social que a medida foi importante, mas defendeu um ritmo mais acelerado. "A redução de 0,25 ponto na Selic é um sinal importante de confiança no governo, mas o ritmo da queda precisa ser maior, sem hesitações. O Brasil precisa retomar a normalidade monetária, com juros condizentes com as necessidades do país e a responsabilidade do governo", disse Alckmin.
O governo do presidente @LulaOficial está fazendo o dever de casa em todos os sentidos: negociando reformas; reconstruindo políticas sociais; e estimulando o investimento produtivo. Mas, taxas de juros neste patamar são um freio ao desenvolvimento do país, porque desencorajam o…
— Geraldo Alckmin ???????? (@geraldoalckmin) May 8, 2024
Taxa Selic
Sigla para Sistema Especial de Liquidação e de Custódia, a taxa básica de juros Selic baliza todas as outras taxas de juros praticadas pelos bancos e demais instituições financeiras do país. Influencia, portanto, desde o juro praticado em uma operação de empréstimo solicitado por um contribuinte até o montante que uma pessoa pode receber de um investimento em títulos públicos, por exemplo.
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