Os economistas do mercado financeiro elevaram as projeções para a inflação e o dólar em 2025, segundo o relatório Focus, divulgado nesta segunda-feira (30) pelo Banco Central (BC). A estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 4,84% para 4,96%, enquanto a expectativa para o dólar passou de R$ 5,90 para R$ 5,96 ao final de 2025. O documento reúne a opinião de mais de 100 instituições financeiras consultadas na última semana.
A meta de inflação estabelecida pelo governo para 2025 é de 3%, com um intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%. O BC ajusta a taxa básica de juros, a Selic, para tentar manter a inflação dentro desse intervalo, já que os efeitos das mudanças nos juros levam de seis a 18 meses para impactar a economia. Neste mês, a Selic foi elevada para 12,25% ao ano, com previsão de novo aumento no início de 2025, quando deverá atingir 14,75%. Para 2026 e 2027, as projeções são de 12% e 10%, respectivamente.
A inflação esperada para 2024 recuou ligeiramente, de 4,91% para 4,9%, mas ainda está acima do teto da meta, que é de 4,5%. Caso o índice não fique dentro do intervalo definido, o BC precisará enviar uma explicação formal ao Ministério da Fazenda. Paralelamente, o governo tenta conter gastos com medidas como ajustes no salário mínimo, cortes na educação e mudanças nos benefícios previdenciários, mas economistas avaliam que o impacto dessas ações será limitado.
Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), as previsões para 2024 e 2025 indicam crescimento de 3,49% e 2,01%, respectivamente. No entanto, a estimativa para o saldo da balança comercial caiu de US$ 74,3 bilhões para US$ 74,15 bilhões de superávit em 2024, enquanto permaneceu em US$ 74,3 bilhões para 2025. Já os investimentos estrangeiros diretos esperados para este ano recuaram de US$ 70,5 bilhões para US$ 70 bilhões, com previsão de estabilidade para 2025.
Ver todos os comentários | 0 |