O conselho de administração da Petrobras elegeu nesta quinta-feira o engenheiro José Mauro Coelho para a presidência da companhia, em substituição ao general Joaquim Silva e Luna, demitido pelo presidente Jair Bolsonaro. A empresa divulgou que a cerimônia de posse foi marcada para as 15h de hoje.
Formado pelo Instituto Militar de Engenharia (IME) e com doutorado em Planejamento Energético pelo Programa de Planejamento Energético (PPE) da UFRJ, Coelho fez carreira na Empresa de Pesquisa Energética (EPE), de onde saiu após 12 anos para assumir a Secretaria de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia. Coelho também é presidente do conselho de administração da Pré-Sal Petróleo (PPSA), estatal responsável por negociar a parte da União na exploração do pré-sal.
Coelho já havia sido eleito, na noite de ontem, para o conselho de administração da Petrobras, durante uma longa e tumultuada Assembleia Geral Ordinária (AGO). Sua eleição para o conselho fazia parte do rito de aprovação do presidente executivo da empresa. O conselho de administração da Petrobras tem 11 integrantes.
O executivo foi indicado pelo governo para a presidência da Petrobras no último dia 6 depois das desistências do economista Adriano Pires, que declinou dos convites por conflitos de interesses. Depois do fracasso das indicações Pires, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, fez um movimento para emplacar um homem de sua confiança. José Mauro Coelho é considerado seu “braço direito”.
Coelho saiu do Ministério de Minas e Energia em outubro de 2021 alegando questões pessoais. Na época, se iniciava a escalada do preço do petróleo no mercado internacional e o País vivia momentos de tensão, pela revolta dos caminhoneiros por causa da alta do diesel. Passados seis meses, porém, o executivo mantém apenas o cargo de conselheiro da Pré-Sal Petróleo (PPSA), e assume um dos cargos empresarias mais importantes do País justamente em um momento que o governo luta para conter a insatisfação popular com os altos preços dos combustíveis.
De fala tranquila e profundo conhecedor do setor, Coelho chegou a ser oficial de artilharia por oito anos, o que lhe garante uma boa relação com o Exército, mas depois engrenou na área tecnológica até entrar para a EPE, em 2007, na área de Abastecimento.
Coelho é o terceiro presidente da Petrobras no governo Jair Bolsonaro e assume a estatal em meio a um conflito do presidente Jair Bolsonaro com o ex-dirigente da estatal, Joaquim Silva e Luna, por causa dos reajustes dos preços dos combustíveis. Silva e Luna deixa a estatal depois de um ano no comando da empresa. Ele também foi nomeado no ano passado no lugar de Roberto Castello Branco por causa da insatisfação de Bolsonaro com os preços dos combustíveis.
O mercado avaliou bem a indicação de Coelho, considerado um nome técnico e que apoia a atual política de preços da empresa.
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