No momento em que governo e Congresso articulam propostas para reduzir os impostos cobrados sobre combustíveis, a Caixa Econômica Federal lança uma nova linha de crédito para capital de giro para caminhoneiros. Segundo o presidente do banco estatal, Pedro Guimarães, o objetivo é ajudar a categoria a arcar com o custo do diesel.
O crédito do Caixa Giro Transportes antecipa custos de frete a caminhoneiros em 120 dias (4 meses), com taxa de 1,99% ao mês - a Selic, taxa básica da economia, está em 10,75% ao ano. Os caminhoneiros poderão tomar esse crédito diretamente pelo aplicativo do banco no celular, sem a necessidade de comparecer a uma agência.
A linha funciona assim: a empresa de transporte de cargas que contrata o serviço do caminhoneiro autônomo pode solicitar ao banco que antecipe seu pagamento diretamente ao transportador, que recebe o valor à vista por meio de crédito na conta da Caixa, incluindo a poupança digital. Podem ser antecipados os fretes com registro no sistema da Secretaria da Fazenda a partir da emissão do Manifesto Eletrônico Fiscal (MDF- e), documento amplamente utilizado pelas empresas do ramo, que armazena informações sobre a carga e os responsáveis pelo transporte.
O pagamento do empréstimo é feito em parcela única, com vencimento na mesma data estipulada pelo transportador no MDF-e para o pagamento do frete.
“Antes, esses caminhoneiros tomavam dinheiro a 10%, 15% ou 20% ao mês. Com a nova taxa de 1,99% ao mês, temos o chamado efeito renda. Com isso, eles ficam com um valor considerável para pagar o diesel ou fazer reformas no caminhão”, afirmou, no evento "Democratizando o Acesso ao Crédito", organizado pela Caixa.
Guimarães aproveitou o evento para fazer um "balanço" da atuação do banco oficial na sua gestão. Segundo ele, a Caixa dobrou o volume de crédito para habitação em janeiro com recursos próprios. No mês passado, esses financiamentos somaram R$ 11,6 bilhões, ante R$ 5,8 bilhões em janeiro de 2021.E a projeção do banco de R$ 150 bilhões em crédito habitacional neste ano já foi revisada para R$ 155 bilhões.
O presidente da Caixa projetou ainda que o banco deve se tornar o maior financiador do agronegócio na América do Sul até 2024. “Éramos o oitavo banco no agro até ano passado, somos o terceiro agora, e até junho iremos para o segundo lugar. “Se fizermos R$ 100 bilhões no agro, é 15% da nossa carteira imobiliária, não é nada”, completou.
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