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Economia e Negócios

Gasolina e diesel voltam a subir nos postos após reajuste da Petrobras

Os aumentos refletem o reajuste, cuja carga sobe toda vez que os preços de refinaria aumentam.

Os preços dos combustíveis continuam subindo nos postos, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Pela segunda semana seguida, a gasolina ficou mais cara, enquanto o óleo diesel mantém a trajetória de alta das semanas anteriores. Os aumentos refletem o reajuste da Petrobras e de impostos, cuja carga sobe toda vez que os preços de refinaria aumentam. No último dia 11, a empresa anunciou um reajuste da gasolina de 4,85% e do óleo diesel de 8%.

Na média do País, a gasolina estava sendo vendida na bomba a R$ 6,664, na semana de 16 a 22 de janeiro, uma alta de 0,85% frente à semana anterior. Em comparação à primeira semana do ano, o reajuste foi de 0,7%. Já o litro do diesel começou o ano custando R$ 5,336 e, na semana passada, estava valendo R$ 5,582, alta de 4,6%. Como esses reajustes ainda estão muito aquém dos anunciados pela Petrobras no último dia 11, é possível que novos aumentos ainda aconteçam nos postos, nos próximos dias.


Foto: Eduardo Matysiak/Futura Press/Estadão ConteúdoGasolina
No Brasil, além da gasolina e do óleo diesel, também o gás natural veicular, muito utilizado por motoristas de aplicativos e taxistas, ficou mais caro.

Os preços dos combustíveis estão no centro do debate político neste ano de eleição. Pressionado pela sua base eleitoral, sobretudo pelos caminhoneiros, o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), sinalizou para uma redução temporária dos tributos, tema da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) negociada pelo governo federal com o Congresso.

Até então, o alvo dos ataques de Bolsonaro estavam sendo direcionados à Petrobras, que resiste em ser responsabilizada pela alta dos combustíveis e também por possíveis intervenções do governo na gestão da empresa. Os combustíveis foram um dos itens que mais pesaram sobre a inflação de 2021.

À frente da companhia, Joaquim Silva e Luna afirmou ao Broadcast/Estadão que a empresa não está disposta a fazer política pública e que continuará reajustando os combustíveis quando a cotação do petróleo se valorizar no mercado internacional e também o câmbio. Essa é a política de preço de paridade de importação (PPI), adotada pela estatal em 2016, na qual a empresa equipara os valores dos seus produtos aos de importadores.

“É absurda a alta que vem acontecendo na gasolina, no diesel, no gás de cozinha. Sou o relator no Senado do projeto que vai frear esses aumentos e ainda reduzir o valor pago atualmente pelos consumidores”, afirmou o senador Jean Paul Prates (PT-RN), no Twitter.

O candidato à presidência da República pelo PDT, Ciro Gomes, prometeu acabar com a PPI e baratear os combustíveis para a população, num vídeo lançado no Youtube. Em dezembro do ano passado, ele já tinha dito que, se eleito, vai acabar “com esse absurdo de brasileiro pagar combustíveis em dólar”.

Conjuntura internacional

Para os próximos meses, a tendência é que os preços no Brasil continuem subindo, segundo o pesquisador do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep), Rodrigo Leão.

“O mais provável é que aconteça uma certa estabilização dos preços do barril que, dada a atual estrutura de preços do mercado brasileiro, não deve ajudar na queda do valor do combustível no País. Esse cenário, somado ao atual desenho eleitoral - que pode promover um ciclo de desvalorização cambial - pode, ao contrário, provocar uma nova sequência de aumento de preços no segundo semestre”, avalia o especialista.

Grandes consumidores de petróleo e gás, como os Estados Unidos e a Europa, estão tentando conter os aumentos de preços do barril por conta da inflação global e de problemas de abastecimento, principalmente, na Europa e na China. A capacidade desses países afetarem os preços, no entanto, é limitada.

A Agência Internacional de Energia, ligada aos grandes consumidores, aposta numa queda dos preços até a faixa de US$ 70. Enquanto a Organização dos País Exportadores de Petróleo (Opep), vinculada aos maiores produtores, aposta numa alta acima de US$ 100. Nesta segunda-feira, a cotação do petróleo do tipo brent fechou o pregão de Londres negociado a US$ 86.

“É bastante improvável uma queda expressiva do valor do barril no curto prazo, a não ser que haja uma mudança de postura da Opep ou ainda uma capacidade de expansão energética dos grandes consumidores. Esses elementos ainda não estão claros. O atual quadro de tensões entre Rússia e Ucrânia, bem como dos países desenvolvidos com o Irã torna difícil uma coordenação para redução contínua dos preços”, diz Leão.

Mercado brasileiro

No Brasil, além da gasolina e do óleo diesel, também o gás natural veicular (GNV), muito utilizado por motoristas de aplicativos e taxistas, ficou mais caro. O valor do m³ passou de R$ 4,374, no início do ano, para R$ 4,456, na semana passada. Na contramão do que vem acontecendo com os combustíveis derivados de petróleo, o etanol hidratado ficou mais barato. Seu preço caiu de R$ 5,063 para R$ 5,053, no mesmo intervalo de tempo. Neste caso, além da concorrência com a gasolina, também pesa na formação do preço do combustível o comportamento do mercado da sua matéria-prima, a cana-de-açúcar.

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