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Economia e Negócios

Economistas veem inflação ainda mais longe da meta este ano

A projeção do IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 avançou de 5,09% para 5,15%.

Economistas do mercado financeiro passaram a ver a inflação este ano ainda maior, distanciando cada vez mais da meta que o Banco Central (BC) deve cumprir e indicando que, pelo segundo ano consecutivo, haverá estouro do referencial.

A projeção do IPCA, o índice de inflação oficial, de 2022 avançou de 5,09% para 5,15%, segundo estimativas divulgadas nesta segunda-feira, 24, do Relatório Focus, pelo Banco Central. O objetivo a ser perseguido pelo BC este ano é de 3,50%, com tolerância de 2,0% a 5,0%.


Já a expectativa para o IPCA em 2023 foi mantida em 3,40%. Nesse caso, a projeção se encontra acima do centro da meta, de 3,25%, mas dentro do intervalo de tolerância (de 1,75% a 4,75%).

No comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) de dezembro, o BC atualizou suas projeções para a inflação com estimativas de 4,7% em 2022 e 3,2% em 2023.

A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.

Na hipótese de a meta de inflação ser descumprida, o presidente do BC precisa enviar uma carta aberta ao ministro da Economia para se explicar. Na justificativa que deu para ter descumprido a meta de 2021, Roberto Campos Neto disse que a inflação faz parte de um processo global de aumento de preços.

Selic

Apesar do avanço na estimativa para inflação, os economistas do mercado financeiro mantiveram a projeção de 11,75% para taxa Selic no fim de 2022 no Relatório de Mercado Focus.

Após subir a Selic em 1,50 ponto porcentual, de 7,75% para 9,25% ao ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) indicou, no comunicado de dezembro, mais um aumento da mesma magnitude em fevereiro, o que levaria a taxa a 10,75%.

O colegiado ainda garantiu que irá perseverar na estratégia de aperto monetário "até que se consolide não apenas o processo de desinflação como também a ancoragem das expectativas em torno de suas metas", preocupado com o aumento das projeções de inflação e o risco de descolamento da inflação em prazos mais longos.

No Boletim Focus, o cenário para a taxa básica de juros da economia foi mantido para os anos seguintes. A estimativa do Focus para a taxa Selic no fim de 2023 continuou em 8,00%, ante igual taxa há quatro semanas. Para 2024, ficou em 7,00%, mesmo porcentual de um mês atrás. Da mesma forma, a previsão para o fim de 2025 continuou em 7,00%, repetindo a taxa de quatro semanas atrás.

PIB

O Relatório de Mercado Focus divulgado mostrou manutenção na previsão para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, em 0,29%. Há um mês, a estimativa era de 0,42%. Considerando apenas as 52 respostas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa para o PIB no fim de 2022 avançou de 0,34% para 0,41%.

O Boletim não traz mais a expectativa para o resultado do PIB do ano passado. Para 2023, por sua vez, a mediana cedeu de 1,75% para 1,69%.

Para 2024, a estimativa seguiu em 2,00%, mesma projeção de quatro semanas atrás. O Relatório Focus ainda trouxe a mediana para 2025, que também continuou em 2,00%. Há um mês, a estimativa de crescimento do PIB em 2025 já era de 2,0%.

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