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Economia e Negócios

Paulo Guedes diz que o Brasil enfrenta o pior momento da inflação

O ministro ainda afirmou que está confiante em um crescimento "robusto" no ano que vem.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta sexta-feira, 10, que o Brasil atualmente passa pelo pior momento da inflação, que deve terminar o ano entre 7,5% e 8%, mas que a alta dos preços será controlada em 2022, quando o índice oficial deve fechar próximo de 4%, dentro da meta a ser perseguida. O ministro ainda afirmou que está confiante em um crescimento "robusto" no ano que vem.

Para o ministro, a independência formal do Banco Central tem o objetivo de controlar a "inflação transitória". O centro da meta para o ano é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).


A outra parte do trabalho, segundo Guedes, é feita pelo Ministério da Economia, que tem "lutado uma batalha diária a favor do compromisso fiscal". "Acho que vamos ser bem sucedidos em conter inflação. Também temos gatilhos fiscais em todos os entes federativos", afirmou durante evento do Credit Suisse.

A inflação acumulada em 12 meses até agosto chegou a 9,68%, segundo dados do IBGE. Alguns itens, no entanto, subiram muito acima dessa taxa. Entre eles, os combustíveis e alguns alimentos.

Na análise de Guedes, sua equipe foi bem sucedida em não transformar os gastos transitórios com a pandemia de covid-19 em permanentes. Segundo ele, os gastos em proporção do Produto Interno Bruto (PIB) devem terminar o governo em 17,5%, nível menor do que no início do governo. Quanto ao déficit primário em relação ao PIB, Guedes repetiu que deve terminar este ano em 1,5% e 2022 em 0,3% ou "até mesmo zero".

Guedes afirmou que é esperada uma desaceleração do crescimento após a recuperação em 'V' da economia, mas que está confiante de que as "reformas estruturais" vão garantir um crescimento "robusto" para 2022. A maioria de uma centena de analistas consultados pelo BC, no entanto, projetam expansão de menos de 2% do PIB no ano que vem.

Segundo o ministro, a economia brasileira está passando por uma transição gradual do crescimento baseado no consumo, que contou com a ajuda das transferências governamentais, para um crescimento sustentável guiado pelos investimentos. "Estamos lutando pelo crescimento sustentável guiado pelo investimento."

Um dia depois do presidente Bolsonaro divulgar uma "Declaração à Nação" na qual afirma que nunca teve "intenção de agredir quaisquer dos poderes", Guedes aposta suas fichas na pacificação do País e na continuidade das discussões de reformas. “A iniciativa do presidente ontem colocou tudo de volta aos trilhos”, afirmou.

De acordo com o ministro, a manifestação divulgada na quinta-feira deixou claro que Bolsonaro está jogando dentro das regras e que qualquer excesso verbal foi um “mal entendido”. “O presidente não sinalizou em nenhum momento que descumpriria as regras democráticas. Nosso presidente merece respeito, ganhou a eleição com mais de 60 milhões de votos”, afirmou. “Nunca aposte contra a democracia brasileira, vamos sempre surpreender.”

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