A projeção do mercado financeiro para a inflação em 2021 se distanciou ainda mais do teto da meta perseguida pelo Banco Central. Economistas alteraram a previsão para o IPCA - o índice oficial de preços - este ano, conforme o Relatório de Mercado Focus, de alta de 6,31% para 6,56%. Trata-se da 15.ª alta seguida.
Há um mês, a estimativa estava em 5,97%. A projeção para o índice em 2022 foi de 3,75% para 3,80%. Quatro semanas atrás, estava em 3,78%.
O relatório Focus trouxe ainda a projeção para o IPCA em 2023, que seguiu em 3,25%. No caso de 2024, a expectativa foi de 3,06% para 3,00%.
A projeção dos economistas para a inflação já está bem acima do teto da meta de 2021, de 5,25%. O centro da meta para o ano é de 3,75%, sendo que a margem de tolerância é de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%).
A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%). Já para 2024 a meta é de 3%, também com margem de 1,5 ponto (de 1,5% para 4,5%).
A meta de inflação é fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Para alcançá-la, o Banco Central eleva ou reduz a taxa básica de juros da economia.
Na hipótese de a meta de inflação ser descumprida, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, terá de enviar uma "carta aberta" a Guedes, explicando as razões para o estouro. A última vez que isso ocorreu foi em janeiro de 2018 e o motivo foi o descumprimento em outra direção, por a inflação do ano anterior ter ficado abaixo do piso da meta. O ex-presidente Ilan Goldfajn justificou, à época, que o maior impacto para a inflação ter desabado em 2017 foi a queda dos alimentos por causa da safra recorde.
Selic
Para o controle da alta de preços, o mercado estima que o BC vai subir ainda mais a taxa básica de juros em 2021.
O Relatório de Mercado Focus trouxe que a mediana das previsões para a Selic de 2021 foi de 6,75% para 7% ao ano. Hoje, a taxa básica de juros está em 4,25% ao ano.
Para os próximos anos, as estimativas são de 7% (2022), 6,5% (2023) e 6,5% (2024).
Para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2021, os economistas do mercado financeiro passaram a estimativa de crescimento da economia brasileira de 5,27% para 5,29%. Foi a 14ª alta seguida do indicador.
No começo do ano, o mercado previa que o PIB iria crescer 3,4%. A economia, no entanto, tem mostrado reação nos últimos meses, influenciada, entre outros motivos, pela alta dos preços das commodities - produtos básicos, como alimentos, minério de ferro e petróleo, cotados no mercado internacional em dólar.
Para 2022, o mercado manteve a previsão de alta do PIB em 2,10%.
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