O secretário da Fazenda de São Paulo, Henrique Meirelles, afirma que o Estado vai aproveitar o aumento da arrecadação para aumentar os investimentos este ano e em 2022. Ex-ministro da Fazenda no governo Michel Temer, Meirelles ressalta que há um quadro de subinvestimento no Brasil que precisa ser revertido.
As grandes obras, como as rodovias Panorama e Litorânea, ele diz que podem ser feitas por meio de concessões. Por isso, o foco dos investimentos será na área de saúde, segurança e educação. “Esse aumento de arrecadação é muito necessário exatamente para que se possa fazer esse investimento”, diz Meirelles, que prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) paulista de 7,8% em 2021.
Ele diz que não há discussão de aumento dos salários dos servidores para 2022. “Não tem nem discussão sobre isso. Não há essa demanda. Não acredito”, afirma. Meirelles diz que o risco eleitoral sobre as finanças dos Estados vai depender da atitude de cada governador. E destaca que a arrecadação do Estado reflete também a nova economia, como o e-commerce que cresceu muito na pandemia.
Segundo o secretário da Fazenda de Alagoas, George Santoro, o aumento da receita tributária reflete a alta de preço de combustíveis, energia, construção civil e alimentos no primeiro semestre. “Acredito que a despesa dos Estados será pressionada no segundo semestre e no próximo ano”, afirma.
Pressão
O secretário admite que será difícil pelo menos não repor a inflação para os servidores em ano eleitoral, como ocorreu em 2021.
Santoro considera, porém, um grande risco fiscal usar esse aumento da arrecadação com gastos permanentes, como benefícios para o funcionalismo. Em 2021, ele prevê mais que dobrar os investimentos para chegar a R$ 2,3 bilhões, ante R$ 1 bilhão em 2020. “O caixa está altíssimo”, diz.
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