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Economia e Negócios

Inflação desacelera em janeiro com queda na conta de luz no Brasil

Resultado foi puxado pela mudança na bandeira tarifária na energia elétrica, segundo o IBGE; alimentos continuam a pesar no IPCA, mas com menos força.

Após alta de 1,35% em dezembro, a inflação desacelerou em janeiro, ficando em 0,25%, o menor índice desde agosto de 2020 (0,24%). Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado nesta terça-feira, 9, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 12 meses, o indicador acumula alta de 4,56%.

O resultado ficou perto do piso das expectativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que estimavam uma inflação entre 0,24% e 0,54% em janeiro, com projeção média de 0,30%.


Alimentos e bebidas continuam a puxar os preços para cima, mas com menos força. Além disso, a mudança de bandeira nas contas de energia elétrica e as quedas nos preços de passagens aéreas ajudaram a segurar a inflação em janeiro.

“Houve uma queda de 5,60% no item energia elétrica, que foi, individualmente, o maior impacto negativo no índice do mês. Após a vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em dezembro, passou a vigorar em janeiro a bandeira amarela. Assim, em vez do acréscimo de R$ 6,243 a cada 100 quilowatts-hora, o consumidor passou a pagar um adicional bem menor, de R$ 1,343. O que resultou em uma deflação (-1,07%) no grupo habitação, do qual esse item faz parte, mesmo com a alta em outros componentes, como o gás encanado (0,22%) e a taxa de água e esgoto (0,19%)”, explica o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov.

Outro grupo que registrou deflação em janeiro foi o de vestuário (-0,07%), após alta de 0,59% em dezembro, quando as vendas do setor se aquecem para as festas de fim de ano.

Os demais sete grupos, no entanto, registraram elevação de preços, com destaque para alimentação e bebidas (1,02%), que apresentou a maior variação e o maior impacto positivo (0,22 ponto percentual) no índice do mês. Mas a alta foi menos intensa que a de dezembro (1,74%).

“Os alimentos para consumo no domicílio, que haviam subido 2,12% no mês anterior, variaram 1,06% em janeiro. As frutas subiram menos (2,67% contra 6,73% em dezembro) e as carnes caíram de preço (-0,08% contra alta anterior de 3,58%), assim como o leite longa vida (-1,35%) e o óleo de soja (-1,08%). Por outro lado, os preços da cebola (17,58%) e do tomate (4,89%), que haviam recuado no mês anterior, aumentaram”, destaca Kislanov.

A alimentação fora do domicílio seguiu movimento inverso, passando de 0,77% em dezembro para 0,91% em janeiro, particularmente por conta da alta do lanche (1,83%).

O custo dos transportes (0,41%), grupo com o segundo maior peso no IPCA, também desacelerou em relação ao mês anterior (1,36%), principalmente devido à queda no preço das passagens aéreas (-19,93%), cujos preços haviam subido 28,05% em dezembro. No entanto, os combustíveis (2,13%) apresentaram variação superior à do mês passado (1,56%), com destaque para a gasolina (2,17%) e o óleo diesel (2,60%).

Os planos de saúde (0,66%), que estavam com reajuste suspenso em 2020, terão em 2021 aumentos retroativos, o que tem impacto no grupo saúde e cuidados pessoais (0,32%). Em janeiro, foi incorporada a primeira parcela da fração mensal do reajuste.

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