Um dos maiores ícones da Volkswagen junto com o Fusca e a Kombi, o Gol deixará de ser produzido no Brasil no fim do próximo ano. Assim como os dois modelos históricos da Volkswagen, o Gol também sai de linha por não ter condição de acompanhar as renovações exigidas pelo mercado automotivo e pelas novas legislações que exigem carros cada vez mais seguros e menos poluentes.
O modelo produzido no Brasil há 41 anos em diferentes versões será substituído, a partir de 2023, pelo Polo Track, uma versão diferente do Polo atual que passará a ser o carro de entrada (o mais barato) da marca. Em sua trajetória, foi líder de vendas por quase 30 anos e o modelo mais exportado pela fabricante.
Gol hoje custa de R$ 67,8 mil a R$ 83,4 mil e a maior parte das vendas é direcionada a frotistas e locadoras. “As novas legislações exigem carros cada vez mais seguros e com menor emissão de CO2”, afirma o presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si.
Um dos equipamentos que passará a ser obrigatório em todos os novos carros, por exemplo, é o controle de estabilidade (ESC). A Kombi saiu de linha porque não tinha condições de receber airbags. O fim da produção do modelo já vinha sendo alardeada pelo mercado, mas a confirmação e a data foram confirmadas nesta sexta-feira, 5, por Di Si durante a apresentação do novo plano de investimento da marca na região, de R$ 7 bilhões entre 2022 e 2026.
A empresa não informa, porém, se poderá usar o nome Gol para outro modelo da nova família que se inicia com o Polo Track, a ser produzido na fábrica de Taubaté (SP), onde hoje são feitos o Gol e o sedã Voyage.
De janeiro a outubro foram vendidas 51.035 unidades do Gol, volume que o coloca como o oitavo automóvel mais comercializado no País e o mais bem colocado da Volkswagen no ranking. Logo na sequência vem o T-Cross, com 51.008 unidades.
Segmento em queda
O segmento de carros compactos de entrada é um dos que mais perderam participação em vendas no mercado brasileiro nos últimos anos. Em parte porque a maioria das empresas deixou de lançar produtos nesse segmento, por ser de baixa rentabilidade, e passaram a focar principalmente nos utilitários-esportivos (SUV), hoje líderes em venda.
A própria Volkswagen lançou cinco SUVs no ciclo anterior de investimentos, também de R$ 7 bilhões, dos quais dois – Nivus e T-Cross – são produzidos no Brasil e o Taos, na Argentina.
"É verdade que o gosto do consumidor está indo mais para os SUVs, o que não significa que o segmento de entrada vai desaparecer”, afirma Di Si. “Vai ter uma participação menor, mas ainda assim interessante.”
O segmento, com bem mais retorno financeiro às fabricantes, teve vendas de 540,9 mil unidades neste ano (até outubro), o equivalente a 42,4% de todos os automóveis vendidos no País. Já o segmento de entrada vendeu 178,4 mil unidades, ou 14% do total.
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