A taxa de desemprego recuou para 12,6% no terceiro trimestre deste ano, depois de ter atingido 14,2% no segundo trimestre. O número de pessoas em busca de emprego no País caiu 9,3%, para 13,5 milhões, enquanto os ocupados chegaram a 93 milhões, com crescimento de 4%. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada nesta terça-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
“No terceiro trimestre, houve um processo significativo de crescimento da ocupação, permitindo, inclusive, a redução da população desocupada, que busca trabalho, como também da própria população que estava fora da força de trabalho”, diz a coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, Adriana Beringuy. A população fora da força de trabalho é o contingente daqueles que não estão ocupados nem buscando emprego.
O porcentual de pessoas em idade de trabalhar que estão no mercado de trabalho chegou a 54,1%. No trimestre passado, estava em 52,1%.
O rendimento médio dos trabalhadores ocupados teve queda de 4% na comparação com o trimestre até junho, R$ 102 a menos. Em relação ao trimestre encerrado em setembro do ano passado, a renda média encolheu 11,1%, R$ 307 a menos, para R$ 2.459. A queda na renda em um ano é a mais aguda da série histórica, iniciada em 2012. “Há um crescimento em ocupações com menores rendimentos e também há perda do poder de compra devido ao avanço da inflação”, diz a pesquisadora do IBGE.
Segundo Adriana, a informalidade responde por 54% do crescimento da ocupação. Entre as categorias de emprego que mais cresceram frente ao trimestre anterior estão os empregados do setor privado sem carteira assinada (10,2%), que somaram 11,7 milhões de pessoas.
O número de trabalhadores domésticos chegou a 5,4 milhões, aumento de 9,2%, o maior desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Se considerados apenas os trabalhadores sem carteira, houve aumento de 10,8%, o que representa 396 mil pessoas a mais.
“A categoria dos empregados domésticos foi a mais afetada na ocupação no ano passado e, nos últimos meses, há uma expansão importante. Embora haja essa recuperação nos últimos trimestres da pesquisa, o contingente atual desses trabalhadores é inferior ao período pré-pandemia”, afirma. No primeiro trimestre do ano passado, 6,0 milhões de pessoas eram trabalhadores domésticos.
Também houve crescimento no contingente de trabalhadores por conta própria (3,3%). São 25,5 milhões de pessoas nessa categoria, o maior número desde o início da série histórica da pesquisa. Esse contingente inclui os trabalhadores que não têm CNPJ, que cresceram 1,9% frente ao último trimestre. Com isso, a taxa de informalidade chegou a 40,6% da população. São 38 milhões de trabalhadores nessa situação.
O aumento na ocupação também está relacionado principalmente às atividades de comércio (7,5%), com 1,2 milhão de trabalhadores a mais, indústria (6,3%, ou 721 mil pessoas), construção (7,3%, ou 486 mil pessoas) e serviços domésticos (8,9%, com adição de 444 mil pessoas).
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