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'Cartão vermelho' de Bolsonaro não foi para mim, afirma Guedes

O presidente 'enterrou' o Renda Brasil e criticou proposta de congelamento de aposentadorias; ministro disse que jornais 'estão conectando pontos que não são conectados'.

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que a "barulheira" em torno do Renda Brasil nesta terça-feira, 15, ocorreu porque "estão conectando pontos que não são conectados", referindo-se às notícias sobre estudos da equipe econômica a respeito da desindexação do salário mínimo em benefícios previdenciários como forma de financiar o novo programa de assistência social.

Guedes disse que o "cartão vermelho" citado pelo presidente Jair Bolsonaro em vídeo nas redes sociais não foi direcionado a ele.


"O linguajar, os termos do presidente são sempre muito intensos. Da mesma forma que o lide da notícia dizia que estava tirando direitos dos mais pobres e vulneráveis, não era essa intenção, nunca foi", argumentou, dizendo que a intenção do presidente foi esclarecer.

O presidente disse, no vídeo, ter ficado "surpreendido" ao ler as manchetes dos jornais desta terça-feira sobre as medidas em estudo pela equipe econômica para abrir espaço no Orçamento de 2021 para bancar o Renda Brasil, entre elas o congelamento das aposentadorias e pensões por dois anos. Ele afirmou que quem sugere essa medida merece "cartão vermelho". "Até 2022, no meu governo, está proibido falar a palavra Renda Brasil. Vamos continuar com o Bolsa Família e ponto final", afirmou Bolsonaro.

"O que estava sendo estudado é o efeito da desindexação sobre todas as despesas", disse Guedes no evento online Painel Tele Brasil 2020. "O presidente pode desindexar tudo, menos os mais pobres." Segundo ele, a ideia é devolver o controle dos gastos aos governantes, já que hoje 96% dos gastos da União são obrigatórios, assim como os de Estados e municípios.

O ministro lembrou que, desde início, o presidente disse que não queria acabar com programas sociais para criar o Renda Brasil, e que foi uma decisão política.

Guedes também afirmou que o governo buscava uma aterrissagem suave do auxílio emergencial, que, por decisão do presidente, foi estendido até o fim do ano. "Estendeu o auxílio, então estudos prosseguiram para ver onde aterrissaria auxílio emergencial em 1.º de janeiro. Quando estudos são formulados, discutidos, vão para mídia, não tem problema nenhum, o problema é ligar uma coisa à outra."

"O presidente está dizendo que a mídia está dizendo que eu estou querendo tirar dinheiro de pobre para dar para mais pobres. Eu não vou fazer isso. Acabou o Renda Brasil", repetiu.

Para o ministro, ao enterrar o Renda Brasil, o presidente Jair Bolsonaro "reafirmou o conceito de responsabilidade fiscal". "O presidente disse: não vou furar o teto e nem tirar dos mais pobres para anabolizar o Renda Brasil. Não há nenhuma tentativa populista de furar o teto."

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