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Economia e Negócios

Brasil pretende renovar cota de etanol dos EUA por três meses

A informação deve ser anunciada em um comunicado conjunto entre os dois países.

O governo brasileiro negocia com os Estados Unidos a divulgação de um comunicado conjunto que acene para um acordo de comércio de etanol e açúcar entre os dois países. Segundo o Estadão/Broadcast apurou, o presidente Jair Bolsonaro pretende renovar por três meses a cota de isenção para a importação de etanol norte-americano, que venceu em agosto, mas essa decisão ainda estaria dependendo deste comunicado.

Deverão ser estipuladas novas cotas mensais de 62,5 milhões de litros, ou 187,5 milhões de litros para os três meses. O montante é equivalente à cota que vigorava até o fim de agosto.


Como mostrou o Estadão/Broadcast, a renovação da cota de isenção para importação de etanol dos Estados Unidos abriu uma disputa no governo brasileiro e colocou em lados opostos os ministérios da Agricultura e das Relações Exteriores.

O chanceler Ernesto Araújo defende a prorrogação para dar mais prazo para a negociação do acordo, mas a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, assim como os produtores de cana-de-açúcar, é contrária à renovação da cota e quer utilizar a cobrança em vigor da tarifa como instrumento de pressão para que saia o acordo, que já vem sendo discutido há mais de um ano. Em troca da isenção de tarifas para o etanol dos EUA, os brasileiros querem aumentar a exportação sem taxas do açúcar do Brasil para o país norte-americano.

De acordo com fontes que acompanham a negociação, Bolsonaro estaria convencido da necessidade da renovação da cota. A avaliação, no entanto, é que, depois de mais de um ano de negociações, um comunicado dos EUA que informe a intensificação das conversas nos próximos três meses seria importante para apaziguar os ânimos dos produtores brasileiros.

Segundo a reportagem apurou, o assunto poderia entrar em reunião do Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Camex) ainda nesta sexta-feira, ou ser decidido em reunião extraordinária da câmara na próxima semana.

Desde o início deste mês, todo o etanol vendido pelos EUA ao Brasil paga tarifa de 20%. Até então, havia uma cota de 750 milhões de litros por ano que poderia ser exportada sem taxa, cujo prazo expirou em agosto.

A questão do etanol é sensível para a campanha de reeleição do presidente Donald Trump, que está de olho nos votos do chamado “corn belt”, onde é produzido o milho, do qual é feito o etanol dos EUA. No início de agosto, o presidente americano, sem dar detalhes, ameaçou retaliar o Brasil pela cobrança de taxas sobre o etanol e disse que era necessário uma “equalização de tarifas”.

Para os brasileiros, etanol e açúcar são derivados da cana e uma isenção de tarifas na compra do açúcar brasileiro seria ideal, o que permitiria a contrapartida de isenção do etanol americano. Nos EUA, porém, são dois lobbies distintos, já que lá o açúcar é feito de beterraba e o etanol, de milho.

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