O número de pedidos de seguro-desemprego aumentou 22,1% em abril de 2020 na comparação com igual mês de 2019, com 748.484 solicitações feitas pelos trabalhadores, informou há pouco o Ministério da Economia. Em abril do ano passado, haviam sido 612.909 pedidos.
O aumento de cerca de 135 mil requerimentos em termos absolutos vem na esteira da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. O governo estima que ainda há até 250 mil requerimentos que ficaram represados entre março e abril devido ao fechamento de agências do Sine, que são de administração municipal e estadual e estão sem atendimento presencial para evitar risco de alastramento da covid-19.
Os trabalhadores demitidos sem justa causa têm até 120 dias para requerer o seguro-desemprego. O governo tem buscado orientar os cidadãos sobre a possibilidade de solicitar o benefício pela internet ou por aplicativo para smartphone.
Na primeira quinzena de abril, a quantidade de requerimentos pela internet chegou a 90,2%. Depois, houve uma redução na esteira do aumento de atendimentos presenciais nos últimos dias do mês. “Cabe destacar ainda que o Decreto n° 10.329, de 28 de abril de 2020, definiu como essenciais as atividades de processamento do benefício do seguro-desemprego e de outros benefícios relacionados, por meio de atendimento presencial ou eletrônico”, diz a nota da pasta.
Em relação a março de 2020, verificou-se um aumento de 39,4% no número de requerimentos de seguro-desemprego. Para o Ministério, o dado é indicativo de que a reabertura das unidades de atendimento e a retomada do atendimento presencial permitiram que mais trabalhadores pedissem o benefício.
No acumulado de janeiro a abril de 2020, foram contabilizados 2.337.081 pedidos de seguro-desemprego na modalidade trabalhador formal. O número representa um aumento de 1,3% em comparação com o acumulado no mesmo período de 2019 (2.306.115).
Perfil
Em abril de 2020, o maior volume de pedidos veio de trabalhadores do sexo masculino (57,1%). A faixa etária com maior número de solicitantes é de 30 a 39 anos (33,1%) e, quanto à escolaridade, 62,4% têm ensino médio completo. Em relação aos setores econômicos, o setor de serviços representou 41,6% das solicitações, seguido por comércio (27,7%), indústria (19,9%) e agropecuária (3,7%).
Os Estados que registraram o maior número de pedidos foram São Paulo (217.247), Minas Gerais (85.990) e Rio de Janeiro (58.945).
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