O governo tem dito que 15 milhões a 20 milhões de trabalhadores informais fora dos cadastros do governo devem ter acesso ao auxílio emergencial na crise do novo coronavírus, mas o dinheiro reservado a esse grupo (R$ 25 bilhões) só cobre três parcelas de R$ 600 para um contingente de cerca de 13,8 milhões de pessoas.
O valor estimado com os pagamentos a esse grupo foi divulgado nesta terça-feira, 7, pela Caixa em entrevista coletiva à imprensa. O público de 15 milhões a 20 milhões de trabalhadores que deverão receber pelo site ou pelo aplicativo lançados pelo banco hoje, por sua vez, tem sido citado pelo ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni. “São 15 milhões a 20 milhões de pessoas que nós acreditamos que estarão nessa categoria”, disse o ministro em anúncio hoje cedo no Palácio no Planalto.
Questionado sobre a discrepância nos dados, o secretário-executivo do Ministério da Cidadania, Antonio Barreto, negou que faltará dinheiro para pagar os benefícios.
“Quando a gente faz estimativa de orçamento, a gente tem que buscar o mais realista possível. E se de fato a gente constatar, à medida que ocorram os pagamentos, que a gente vai precisar de mais recursos do que a estimativa mostrou, é hora de a gente ser ágil como a gente tem sido agora e conseguir recursos. E é isso que a gente tem feito”, disse.
Até agora, o governo prevê o pagamento de R$ 98,2 bilhões no auxílio emergencial. Desse valor, R$ 43,71 bilhões serão destinados a beneficiários do Bolsa Família. Outros R$ 29,43 bilhões vão para pessoas inseridas no Cadastro Único de programas sociais. Os demais R$ 25 bilhões iriam para cidadãos que estão fazendo cadastros no site disponibilizado pela Caixa ou no aplicativo.
“Muitas pessoas estão se cadastrando, não necessariamente todas serão elegíveis. Quando a gente pediu o orçamento, a responsabilidade que foi buscada enquanto técnicos, nós pedimos com base na estimativa que é o conjunto de cruzamento de dados. A realidade pode nos surpreender. O presidente (Jair Bolsonaro) jamais, diante de uma situação dessas, vai os deixar dizer ‘não vamos fazer porque a realidade nos surpreendeu’. Isso é o que estamos fazendo”, afirmou Barreto.
“Se de fato precisarmos mais valor, sentaremos com alçada competente que são os nossos governantes, e estaremos fazendo o melhor possível”, acrescentou.
Segundo o secretário-executivo, o governo trabalhou com várias estimativas entre 10 milhões e 25 milhões de contemplados que hoje estão fora dos cadastros. “O que a gente fez foi colocar uma estimativa, e buscamos ser realistas pela quantidade de regras que foram estabelecidas na legislação que vão fazer com que esses filtros vão diminuindo o número de pessoas”, disse Barreto.
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