As contas externas do Brasil registraram déficit de US$ 15,8 bilhões no primeiro bimestre deste ano, com aumento de 27,5% na comparação com o mesmo mês de 2019, informou o Banco Central (BC) nesta quarta-feira, 25. Foi o maior rombo para o período desde 2015, ou seja, em cinco anos. Mesmo assim, esse valor ainda não leva em conta os efeitos da pandemia do novo coronavírus na economia.
O resultado em transações correntes, um dos principais sobre o setor externo do país, é formado pela balança comercial (comércio de produtos entre o Brasil e outros países), pelos serviços (adquiridos por brasileiros no exterior) e pelas rendas (remessas de juros, lucros e dividendos do Brasil para o exterior).
De acordo com o BC, a piora no rombo das contas externas na parcial deste ano se deve, principalmente, à piora do saldo da balança comercial, que registrou pequeno déficit no primeiro bimestre deste ano, contra superávit de US$ 3,7 bilhões no mesmo período de 2019. As contas de serviços e rendas registraram estabilidade nos resultados negativos nesse período.
Em todo ano passado, o déficit das contas externas do Brasil subiu 22%, para US$ 50,762 bilhões.
Para todo ano de 2020, a expectativa do Banco Central é de piora no déficit, que chegaria a US$ 57,7 bilhões.
Os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 11,6 bilhões no primeiro bimestre deste ano, com queda de 14% frente ao patamar do mesmo mês de 2019 (US$ 13,5 bilhões).
Com isso, os investimentos estrangeiros não foram suficientes para cobrir o rombo das contas externas no acumulado deste ano (US$ 15,8 bilhões).
Quando o déficit não é "coberto" pelos investimentos estrangeiros, o País tem de se apoiar em outros fluxos, como ingresso de recursos para aplicações financeiras, ou empréstimos buscados no exterior, para fechar as contas.
Em todo ano passado, os investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira somaram US$ 78,5 bilhões em 2019, com pequena alta frente ao ano anterior.
Para 2020, o Banco Central estima um ingresso de US$ 80 bilhões em investimentos estrangeiros diretos na economia brasileira.
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