O tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou nesta quarta-feira, 18, sem restrições, a venda do negócio de maionese e margarina da Bunge para a Seara Alimentos. Na terça-feira, 17, o Estadão/Broadcast antecipou que a tendência era de que o negócio fosse aprovado pelo conselho.
Apesar de a operação gerar uma concentração de 30% a 40% no mercado de margarinas, o Cade entendeu que há “elevada rivalidade” nesse setor e que, com isso, a competição estaria mantida. “As informações são suficientes para afastar preocupações concorrenciais, especialmente em relação às condições de rivalidade no mercado nacional de margarina”, disse o relator, conselheiro Luis Braido.
No início do mês, a operação havia sido aprovada pela superintendência-geral do órgão. No fim de outubro, porém, Braido decidiu puxar o caso para o tribunal do Cade para aprofundar a análise.
Pelas regras do conselho, a superintendência-geral pode aprovar negócios que considere não serem prejudiciais à concorrência. Se entender que existem riscos ou que é necessária uma avaliação maior, o tribunal do Cade pode avocar o processo, ou seja, reabrir o processo e levá-lo a julgamento. Foi o que aconteceu na operação entre a Bunge e a Seara.
O acordo entre a companhia norte-americana e a JBS, controladora da Seara, foi anunciado em dezembro passado e notificado ao Cade em janeiro. Segundo a JBS, o negócio custou R$ 700 milhões e envolve três fábricas: em São Paulo, Santa Catarina e Pernambuco.
A concretização da operação resultará na ampliação da capacidade produtiva da Seara no negócio de margarinas e permitirá a sua entrada no mercado de maioneses. Pelo acordo, a Seara vai adquirir diversas marcas, como Delícia, Primor e Gradina.
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