As contas do governo central registraram um déficit primário de R$ 76,154 bilhões em setembro, o pior desempenho para o mês da série histórica, que tem o início de 1997. O resultado, que reúne as contas do Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central, sucede o déficit de R$ 96,096 bilhões de agosto. Em setembro de 2019, o resultado havia sido negativo em R$ 20,471 bilhões.
O rombo do mês passado foi menor que as expectativas do mercado financeiro, cuja mediana apontava um déficit de R$ 77,400 bilhões, de acordo com levantamento do Projeções Broadcast junto a 23 instituições financeiras. O dado ficou dentro do intervalo das estimativas, que eram de déficit de R$ 97,7 bilhões a R$ 65,1 bilhões.
O rombo recorde está relacionado ao aumento de despesas para combater a pandemia da covid-19. As medidas de restrição derrubaram a atividade econômica e levaram a diversas medidas de adiamento da cobrança de impostos.
Em setembro, as receitas tiveram queda real de 2% em relação a igual mês do ano passado. Já as despesas subiram 43,5% na mesma comparação, já descontada a inflação, devido ao aumento dos gastos para fazer frente à pandemia do coronavírus.
No acumulado dos primeiros nove meses, o resultado primário é negativo em R$ 677,436 bilhões, também o pior desempenho para o período da série histórica. Em relação a igual período de 2019, há queda de 13,7% nas receitas e avanço de 45% nas despesas em termos reais.
Em 12 meses, o governo central apresenta um déficit de R$ 707 bilhões - equivalente a 9,8% do PIB. A meta fiscal para este ano admitia um déficit de até R$ 124 bilhões nas contas do governo central, mas a aprovação pelo Congresso do decreto de calamidade pública para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus autoriza o governo a descumprir essa meta em 2020. Em 2019, o rombo do governo central ficou em R$ 95,065 bilhões.
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