O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta segunda-feira, 19, que as críticas feitas ao governo brasileiro em relação à má gestão ambiental e ao aumento das queimadas são um exagero e uma narrativa dos "perdedores da eleição."
"Essa história de matar índios e queimar florestas é um exagero", afirmou durante participação do evento online US-Brazil Connect Summit, organizado pela Câmara de Comércio dos Estados Unidos.
"A Amazônia não queimou em um ano e meio, se algo está errado foi pelos últimos 30 anos", disse o ministro. O governo Bolsonaro continua insistindo em minimizar o fogo, apesar do que revelam dados de satélite do próprio governo.
Conforme mostrou o Estadão, apesar de ter começado a chover em alguns locais da Amazônia, o bioma continua sofrendo fortemente com o fogo. Até o dia 18 deste mês já foram registrados 12.149 focos de incêndio, alta de 54% em relação ao observado em todo o mês de outubro do ano passado.
Outubro do ano passado teve a menor número de focos do registro histórico para o mês, 7.855, resultado atribuído pelo governo federal pela ação das Forças Armadas na região, que assumiram a Operação Verde Brasil quando os incêndios tinham batido o recorde da década em agosto.
Neste ano, porém, os militares voltaram à região a partir de maio e têm tido pouco sucesso para conter o fogo. Os meses de junho e julho tiveram mais focos que os mesmos meses do ano passado. Agosto teve uma leve queda, mas em setembro as queimadas voltaram a explodir. Foram 32.017 focos no mês passado, ante 19.925 no mesmo mês de 2019. Alta de 60%, de acordo com dados compilados pelo Programa Queimadas, do Inpe.
Guedes destacou que as fronteiras brasileiras são extensas, mas que o governo tem feito o melhor para preservar a floresta, com a ajuda das Forças Armadas. Segundo o ministro, só quem não conhece o Brasil pensaria que os militares não protegeriam a floresta. "Preservamos os índios, demos 14% do território para menos de 0,5% da população."
Ainda no tema de sustentabilidade, o ministro também argumentou que o Brasil tem a matriz energética mais limpa do mundo. "Entendemos que temos papel importante em manter matriz de energia limpa."
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