O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta terça-feira, 27, que partiu dele a ideia de permitir que pessoas de fora do governo integrem a Unidade de Inteligência Financeira (UIF) – órgão que substituiu o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
“Talvez a redação da medida provisória não tenha sido a ideal, mas eu queria trazer pessoas de tecnologia”, afirmou. “O governo inclusive foi contra. A ideia foi minha. Não tem nada a ver a possibilidade de indicações políticas, até mesmo porque eu não tenho capacidade de fazer indicações políticas”, completou.
Ele repetiu que a ideia do ministro da Economia, Paulo Guedes, ao transferir para o BC a estrutura do órgão de inteligência foi “blindá-lo politicamente”. “Grande parte dos procedimentos realizados pelo Coaf foram criados pelo BC. Então o BC conhece bem o tema e tem funcionários a bastante tempo no Coaf”, respondeu, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
A MP que criou o novo Coaf abre prevê que o órgão será comandado por um conselho, que será composto pelo presidente da nova instituição e por, no mínimo, oito e, no máximo, 14 conselheiros, "escolhidos dentre cidadãos brasileiros com reputação ilibada e reconhecidos conhecimentos em matéria de prevenção e combate à lavagem de dinheiro, ao financiamento do terrorismo ou ao financiamento da proliferação de armas de destruição em massa."
O texto recebeu críticas por abrir brecha para indicações políticas, o que o governo nega que vá acontecer.
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