O dólar à vista ganhou força no fim da manhã desta quinta-feira, 16, atingindo os R$ 4,0266 (+0,75%), maior cotação do ano. Na B3, a Bolsa de São Paulo, apesar do mercado acionário externo positivo, o Ibovespa caía, diante das preocupações com o cenário político do País. Às 12h17, o Ibovespa recuava 0,61%, aos 91.060,45 pontos. No mesmo horário, o dólar era cotado a R$ 4,0191, com alta de 0,56%.
Comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na Comissão Mista de Orçamento do Congresso e o fortalecimento da moeda americana ante divisas de países emergentes contribuíram para a alta do dólar no Brasil.
Campos Neto repetiu a mensagem da instituição na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de que o arrefecimento da atividade observado no final de 2018 teve continuidade no início de 2019, com probabilidade relevante de que o PIB tenha recuado ligeiramente no primeiro trimestre do ano. Além disso, afirmou que frustração de expectativa sobre reformas pode afetar prêmio de risco.
Desde o início do dia, o mercado local está cautelosoa, após os protestos contra cortes no orçamento da educação e várias derrotas do governo no Congresso, que exacerbam a perda de capital político do presidente Jair Bolsonaro.
Outras notícias desta também pressionam a cotação do dólar. Nos Estados Unidos, indicadores da economia vieram melhores que o esperado, como pedidos de auxílio-desemprego e o total de construções de moradias iniciadas. No Brasil, pesou a divulgação pelo IBGE de dados do mercado de trabalho nos Estados: 14 unidades da federação tiveram aumento na taxa de desemprego no primeiro trimestre.
Os investidores acompanham as declarações de parlamentares para medir o grau de desgaste do governo no Congresso e como isso pode afetar a aprovação da reforma da Previdência, além de seguir o desenrolar de denúncias contra o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).
Nesta quarta-feira, 15, foi revelado que o Ministério Público do Rio identificou indícios de lavagem de dinheiro nas transações imobiliárias feitas por Flávio Bolsonaro durante seu mandato como deputado na Assembleia Legislativa fluminense (Alerj).
Segundo a promotoria, o parlamentar lucrou R$ 3,08 milhões com compra e venda de imóveis entre 2010 e 2017, quando adquiriu 19 apartamentos e salas comerciais pelo valor de R$ 9,4 milhões. Para investigadores, os valores podem ter sido "fraudados" pelo senador.
Ver todos os comentários | 0 |