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Economia e Negócios

Bolsa fecha em queda de 0,9% e dólar vai a R$ 3,88

Discussões ríspidas entre o ministro e parlamentares da oposição assustaram os investidores nesta quarta-feira.

A participação do ministro da Economia, Paulo Guedes, em audiência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara abalou os ativos domésticos nos negócios desta quarta-feira, 3. Discussões ríspidas entre o ministro e parlamentares da oposiçãoassustaram os investidores, levando o dólar à vista a fechar a R$ 3,8780, em alta de 0,55%. Na máxima do pregão, a moeda americana foi a R$ 3,8795.

No mercado de ações, o Ibovespa terminou aos 94.491,48 pontos, em queda 0,94%, na contramão dos índices americanos. Entre as principais ações da Bolsa, os destaques negativos eram as da Petrobrás (ON fechou em queda de 2,10% e PN recuou 2,65%).


Guedes se enervou com a interrupção de deputados à sua fala no momento em que discorria sobre o sistema de Previdência baseado na capitalização. Ironizando deputados que gritavam Chile, país em que utiliza o regime de capitalização, Guedes disse que "o Chile tem quase o dobro da renda per capita do Brasil, acho que a Venezuela está melhor".

Em seguida, o ministro disse que não deveria ter reagido às manifestações dos deputados. "Cometi o erro de interagir, eu só devia ter falado. Assim que interagi, vocês transformaram em outra coisa", afirmou.

Em sua fala, Guedes disse que o sistema de repartição está condenado por conta da mudança demográfica, e que o aspecto fiscal da Previdência é incontornável. Repetindo que a reforma ataca privilégios, Guedes afirmou que, no Legislativo, as aposentadorias têm valor 20 vezes superior à média das do INSS.

Segundo o diretor de câmbio da Intercam Corretora, Jayme Ferreira, o mercado está muito sensível às expectativas para o andamento da reforma da Previdência no Congresso e se ressentiu pelo clima de enfrentamento entre deputados e Guedes. "O mercado estressou um pouco com esse bate-boca com o Guedes porque mostra as resistências à reforma", afirma Ferreira, ressaltando que, caso haja um arrefecimento do clima de confronto na CCJ, o dólar pode voltar a ceder.

Os juros futuros fecharam a sessão regular em alta, mais acentuada nos contratos de longo prazo, os que mais refletem o risco fiscal. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2020 fechou na máxima de 6,515%, de 6,485% no ajuste da véspera. A do DI para janeiro de 2021 subiu de 7,021% para 7,06% e a do DI para janeiro de 2023, de 8,122% para 8,21%. A taxa do DI para janeiro de 2025 encerrou na máxima de 8,76%, de 8,662%.

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