O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quarta-feira, 13, que o governo não pode agir como uma "máquina de transferência perversa de renda" por meio da Previdência Social, dos impostos e dos subsídios. O ministro disse que o governo precisa fazer transferências de renda legítimas e que cheguem aos municípios e às pessoas que mais precisam.
"Somos uma sociedade fraterna, somos solidários. Não podemos ser máquina de transferência perversa de renda através da Previdência Social, impostos e subsídios", afirmou, em discurso no lançamento do Painel de Viagens, ferramenta de controle e transparência de viagens de servidores públicos.
- Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoMinistro da Economia, Paulo Guedes
Na terça-feira, 12, após pressão do agronegócio, o governo recuou e garantiu vantagens aos produtores de leite, com o aumento do imposto sobre o produto em pó importado da União Europeia, para compensar o fim da taxa de antidumping. A medida foi comemorada pelo presidente Jair Bolsonaro, em uma derrota da equipe econômica, que era contra a manutenção dos benefícios.
"Todos os dias, vem gente de todo o Brasil para pedir coisas ao Brasil. Mas eu pergunto: o que eles podem dar ao Brasil?", questionou o ministro. Entre os pedidos dessas pessoas estão "subsídios, dinheiro para isso, dinheiro para aquilo". "Quebraram o Brasil", disse Guedes. "Muitas vezes nossa vida é jogada de um lado para o outro e não são as melhores opções."
O ministro fez uma defesa dos servidores públicos, que lotaram o auditório do Ministério da Economia para assistir ao lançamento do programa. "Nós somos servidores, muito mais que autoridades. Estamos servindo o Brasil por um curto período de tempo. Vocês não, são servidores há muito tempo e estão defendendo o patrimônio do Brasil", disse, ressaltando políticas que elevem a transparência e a eficiência da máquina pública, entre elas o Painel de Viagens.
Em seu discurso, o ministro elogiou ainda o Tribunal de Contas da União (TCU) e disse que o órgão tem cooperado com o governo. Guedes disse ainda que os tribunais de conta estaduais devem "subir ao padrão do TCU" e elevar o nível de controle sobre as finanças dos Estados. O assunto foi revelado por reportagem do Estadão/Broadcast.
"O TCU tem dado uma demonstração extraordinária de competência. Corrige o Executivo quando está errado, e agora vai ter que ajudar os tribunais de contas estaduais (TCEs), porque os Estados estouraram, em visível falta de controle dos tribunais estaduais", disse.
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