As contas do setor público, que incluem o governo federal, Estados, municípios e estatais, registraram o menor déficit primário até novembro dos últimos quatro anos. Segundo dados do Banco Central, o valor ficou em R$ 48,359 bilhões, o equivalente a 0,73% do Produto Interno Bruto (PIB).
O resultado significa que, de janeiro a novembro, o valor arrecadado pelo governo foi menor do que o volume de despesas. O déficit neste ano, porém, é bem menor que os R$ 67,125 bilhões negativos do mesmo período de 2018.
O valor do déficit acumulado até novembro indica que a meta considerada pelo governo para 2019 - um saldo negativo de R$ 132 bilhões - deve ser cumprida. O dado consolidado do ano, incluindo dezembro, só deve ser conhecido em janeiro.
Foi o menor déficit primário até novembro dos últimos quatro anos, explicou Renato Baldini, do Departamento de Estatísticas do Banco Central
Os números divulgados ontem foram considerados positivos pelo chefe adjunto do Departamento de Estatísticas do Banco Central, Renato Baldini. “Esse é o menor déficit para os 11 primeiros meses do ano desde 2015, quando o déficit no período foi de R$ 39,5 bilhões”, afirmou Baldini.
O déficit fiscal acumulado ocorreu principalmente em razão do rombo de R$ 72,799 bilhões do governo central (Tesouro, Banco Central e INSS). No mesmo período, Estados e municípios apresentaram um superávit de R$ 22,332 bilhões (0,34% do PIB). Enquanto os Estados registraram saldo positivo de R$ 20,361 bilhões, os municípios tiveram uma economia de R$ 1,972 bilhão. As empresas estatais registraram um resultado negativo de R$ 2,107 bilhões.
Se considerado apenas o mês de novembro, o déficit primário do setor público ficou em R$ 15,312 bilhões, próximo do resultado negativo mesmo mês de 2018, R$ 15,602 bilhões.
Juros
O que cresceu em novembro foi o gasto com juros. Foram R$ 37,844 bilhões pagos pelo setor público, bem acima dos R$ 20,330 bilhões em outubro, informou o Banco Central.
O governo central teve no mês passado despesas de R$ 32,656 bilhões de juros. Os governos regionais registraram gasto de R$ 4,596 bilhões e as empresas estatais, de R$ 592 milhões.
No ano até novembro, o gasto com juros somou R$ 342,361 bilhões, o que representa 5,18% do PIB. Baldini destacou que o pagamento de juros, de R$ 37,884 bilhões em novembro, foi parecido com a despesa de R$ 35,029 bilhões do mesmo mês 2018.
“Tivemos um resultado com swaps cambiais semelhante nos dois meses", afirmou. “Já em relação a outubro deste ano, houve uma diferença maior devido às operações com swap. Excluindo essas operações, o resultado seria bem parecido”, disse.
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