O juro médio total cobrado no rotativo do cartão de crédito subiu 0,6 ponto porcentual de agosto para setembro, informou ontem o Banco Central. Com isso, a taxa passou de 307,2% para 307,8% ao ano. Os juros do cartão se mantêm em nível elevado enquanto a Selic, a taxa básica de juros da economia, está a 5,5% ao ano e deve cair ainda mais na próxima reunião do Copom na semana que vem.
O juro do rotativo é uma das taxas mais elevadas entre as avaliadas pelo BC. Dentro desta rubrica, a taxa da modalidade rotativo regular passou de 288,9% para 290,2% ao ano de agosto para setembro. Neste caso, são consideradas as operações com cartão rotativo em que houve o pagamento mínimo da fatura.
Já a taxa de juros da modalidade rotativo não regular passou de 319,7% para 319,5% ao ano. O rotativo não regular inclui as operações nas quais o pagamento mínimo da fatura não foi realizado.
No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro passou de 177,3% para 178,3% ao ano.
Considerando o juro total do cartão de crédito, que leva em conta operações do rotativo e do parcelado, a taxa passou de 68,5% para 69,7% de agosto para setembro.
Em abril de 2017, começou a valer a regra que obriga os bancos a transferir, após um mês, a dívida do rotativo do cartão de crédito para o parcelado, a juros mais baixos. A intenção do governo com a nova regra era permitir que a taxa de juros para o rotativo do cartão de crédito recuasse, já que o risco de inadimplência, em tese, cai com a migração para o parcelado.
Juros livres
Já a taxa média de juros no crédito livre caiu de 37,9% ao ano em agosto para 36,9% ao ano em setembro. Em setembro de 2018, essa taxa estava em 37,9% ao ano.
Para pessoa física, a taxa média de juros no crédito livre passou de 52,1% para 51,3% ao ano de agosto para setembro, enquanto para pessoa jurídica foi de 18,9% para 17,8% ao ano.
Entre as principais linhas de crédito livre para a pessoa física, destaque para o cheque especial, cuja taxa passou de 306,9% ao ano para 307,6% ao ano de agosto para setembro. No crédito pessoal, a taxa passou de 43,1% para 41,5% ao ano.
Desde julho do ano passado, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) era de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelerasse a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor. Em junho de 2018, antes do início da nova dinâmica, a taxa do cheque especial estava em 304,9% ao ano.
Os dados divulgados ontem pelo BC mostraram ainda que, para aquisição de veículos, os juros foram de 20,1% ao ano em agosto para 19,8% em setembro.
A taxa média de juros no crédito total, que inclui operações livres e direcionadas (com recursos da poupança e do BNDES), foi de 25,1% ao ano em agosto para 24,5% ao ano em setembro. Em setembro de 2018, estava em 24,2%.
Já o Indicador de Custo de Crédito (ICC) caiu 0,1 ponto porcentual em setembro ante agosto, aos 18,5% ao ano. O porcentual reflete o volume de juros pagos, em reais, por consumidores e empresas no mês, considerando todo o estoque de operações, dividido pelo próprio estoque.
Cheque especial
O chefe do departamento de Estatísticas do Banco Central, Fernando Rocha, admitiu que as taxas de juros do cheque especial não mostraram diferença significativa entre os patamares atuais e os observados ao longo do ano passado.
Desde julho do ano passado, os bancos estão oferecendo um parcelamento para dívidas no cheque especial. A opção vale para débitos superiores a R$ 200. A expectativa da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) era de que essa migração do cheque especial para linhas mais baratas acelerasse a tendência de queda do juro cobrado ao consumidor.
Em junho de 2018, antes do início da nova dinâmica, a taxa do cheque especial estava em 304,9% ao ano. Agora, a taxa do cheque especial passou de 306,9% ao ano para 307,6% ao ano de agosto para setembro deste ano.
“A autorregulação da Febraban buscava oferecer para os clientes que estão nessa dívida uma porta de saída para outras modalidades com taxas mais baixas. O saldos, no entanto, continuam crescendo”, explicou Rocha.
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