O ex-presidente do Bradesco Lázaro de Mello Brandão morreu no começo desta quarta-feira, 16, aos 93 anos. Dedicou 76 anos de sua vida ao banco e se tornou um dos homens mais poderosos do País. Sob seu comando, o Bradesco se consolidou como o maior banco privado do Brasil, posição que só perdeu após a fusão de Itaú e Unibanco, em 2008.
Ainda não há mais informações sobre a causa da morte. Procurado, o Bradesco confirmou a informação.
Até pouco tempo atrás, Brandão batia ponto todo dia na sede do banco na Cidade de Deus, em Osasco. Chegava às 7h30 e ficava até um pouco mais de 5h da tarde. Em sua agenda estavam as decisões dos conselhos de administração da Fundação Bradesco e da holding que controla as empresas do banco.
À frente de uma das maiores instituições financeiras do País, passou pelo período de hiperinflação do governo José Sarney, presenciou a abertura da economia e o impeachment de Fernando Collor de Mello e a estabilização da moeda.
Economista e administrador, Brandão assumiu a presidência do Bradesco em 1981, sucedendo ao banqueiro Amador Aguiar, fundador do Bradesco e morto em 1991. Deixou o cargo em 1999.
No início dos anos 1990, também passou a acumular a presidência do conselho de administração do banco. Saiu da função em 2017, função que passou a ser exercida por Luiz Carlos Trabuco Cappi. Trabuco passou a presidência executiva para Octávio De Lazari Júnior.
Nascido em Itápolis (SP), Brandão começou como escriturário ainda na Casa Bancária Irmãos Almeida, em 1942. Um ano depois, a instituição foi comprada pelo Bradesco.
'Legado inestimável'
O presidente do Santander Brasil, Sergio Rial, lamentou, em nota, a morte de Brandão. O executivo destacou o "legado inestimável" deixado por seu Brandão e o fato de ele ter construído uma das culturas mais sólidas de um grupo corporativo no Brasil.
“O banqueiro Lázaro Brandão foi um dos pilares na construção de uma organização contemporânea e à frente do seu tempo. Pensava em tecnologia e clientes muito antes", diz a nota.
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