O Piauí destinou 10% de sua receita total para investimentos até o 3º bimestre de 2024, segundo dados divulgados pelo Tesouro Nacional nessa quarta-feira (16). O percentual coloca o Estado entre os que mais aplicaram recursos em obras e melhorias, ao lado de Espírito Santo (14%), Mato Grosso do Sul (10%) e Pará (10%). No entanto, a dívida consolidada do Piauí também registrou crescimento expressivo, com alta de 20% em relação ao saldo verificado no final de 2023.

Apesar do foco nos investimentos, o Estado manteve controle nas despesas com pessoal, que corresponderam a 42% da receita total. O Piauí se destaca nesse quesito entre as menores proporções do país, ao lado do Espírito Santo (41%) e de Pernambuco (44%). Esse dado pode indicar uma gestão mais moderada na folha de pagamento em comparação com outras unidades da federação, como Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul, onde esses gastos alcançam 68% e 66%, respectivamente.

O relatório também revela que o Piauí foi um dos Estados que mais aceleraram a aplicação de recursos neste período, ao mesmo tempo em que precisou lidar com o aumento de suas obrigações financeiras. A elevação de 20% na dívida consolidada é a maior registrada entre os entes federativos, seguida por Tocantins, que teve um acréscimo de 15%.

Embora a dívida tenha aumentado, o Piauí avançou na quitação de Restos a Pagar (RAP), um indicador que avalia a capacidade de liquidar despesas acumuladas. A gestão estadual conseguiu aplicar 79% dos RAP inscritos até o final de 2023, ficando entre os Estados que mais cumpriram essas obrigações, ao lado de Mato Grosso do Sul (83%) e Pernambuco (80%).

Os dados integram o Relatório Resumido de Execução Orçamentária em Foco (RREO), que reúne informações sobre a execução financeira dos Estados e do Distrito Federal. Elaborado pelo Tesouro Nacional com base em documentos publicados no Siconfi, o relatório analisa a situação fiscal de cada ente federativo, considerando tanto despesas de pessoal e investimentos quanto o andamento da dívida e o pagamento de despesas pendentes.