A produção de grãos no Brasil deverá atingir um crescimento recorde de 8,3% na temporada 2024/25, totalizando 322,47 milhões de toneladas, segundo o primeiro levantamento divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento ( Conab ) nesta terça-feira (15). O aumento representa 24,5 milhões de toneladas a mais em relação ao ciclo anterior. A área plantada também terá expansão, com crescimento de 1,9%, alcançando 81,34 milhões de hectares.
O destaque vai para o aumento da produção de arroz, cuja área destinada ao cultivo cresceu 9,9%, puxada especialmente pelas regiões Centro-Oeste e Sudeste, com elevações de 33,5% e 16,9%, respectivamente. Mato Grosso registrará aumento de 39,3% na área plantada, enquanto Goiás e Minas Gerais terão crescimento de 24% e 25,1%. Na região Sul, principal produtora do grão, a área cultivada chegará a 1,16 milhão de hectares, com produção estimada em 12 milhões de toneladas, recuperando os níveis da safra 2017/2018.
A produção de feijão também deverá crescer, alcançando 3,26 milhões de toneladas, 0,5% a mais que no ciclo anterior. A área plantada no primeiro ciclo do feijão terá aumento de 2,3%, totalizando 881,3 mil hectares e uma produção projetada de 947,3 mil toneladas. Além disso, a Conab prevê expansão na área destinada ao cultivo de soja, com alta de 2,8%, alcançando 166,05 milhões de toneladas, embora este seja o terceiro menor crescimento desde 2009/10, impactado pelo atraso das chuvas no Centro-Oeste.
Em relação ao milho, a safra total deverá atingir 119,74 milhões de toneladas, com recuperação de 3,5% na comparação com o ciclo anterior. Contudo, na primeira safra do cereal, espera-se uma queda de 5,4% na área cultivada e de 1,1% na produção, somando 22,72 milhões de toneladas. A área de algodão terá crescimento de 2,9%, chegando a 2 milhões de hectares, e a produção de pluma está projetada em 3,67 milhões de toneladas. No caso do trigo, porém, a previsão é de redução para 8,26 milhões de toneladas devido a problemas climáticos, principalmente no Paraná, com estiagens e falta de frio.
A Conab estima que o aumento na produção de arroz poderá levar a uma queda nos preços internos, mas sem comprometer a rentabilidade dos produtores, com exportações previstas de até 2 milhões de toneladas. A exportação de milho deve atingir 34 milhões de toneladas, impulsionada pela demanda do mercado interno e pelo setor de etanol. Já a soja terá exportação projetada em 105,54 milhões de toneladas, impulsionada pela demanda internacional, especialmente da China. A valorização do trigo no mercado interno é consequência dos problemas climáticos no Paraná e em outros países produtores, além de conflitos geopolíticos que afetam a oferta global do cereal.