O preço do arroz, um dos alimentos mais tradicionais da mesa do brasileiro, disparou em 2023, registrando a maior inflação anual desde 2020. Segundo o IBGE , o produto acumulou alta de 24,54% no ano passado, enquanto a alimentação no domicílio teve queda de 0,52%.
De acordo com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), divulgado pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o arroz teve a maior alta de preços em 12 meses desde o período encerrado em agosto de 2021, quando a variação acumulada era de 32,68%. Em dezembro de 2023, a inflação mensal do produto acelerou a 5,81%, a maior desde novembro de 2020 (6,28%).
A inflação do arroz em 2023 destoou do comportamento dos preços na média da alimentação no domicílio no IPCA, que registrou deflação (queda) de 0,52% no ano passado. Foi a primeira redução dos preços da alimentação em casa desde 2017, segundo o IBGE.
Analistas apontam que a alta do arroz reflete uma combinação de fatores que afetaram a oferta e a demanda do produto. Entre eles, estão a redução da área plantada pelos produtores, que migraram para grãos mais rentáveis, como soja e milho; a pressão do mercado externo, que elevou as exportações e reduziu os estoques; e os problemas climáticos no Rio Grande do Sul, o maior produtor nacional, que prejudicaram a produtividade e a qualidade das lavouras.
A expectativa é que os preços do cereal só recuem no varejo a partir do aumento da oferta com a colheita da safra 2023/24, que deve começar em março. No entanto, o plantio da atual temporada foi atrasado pelos temporais do segundo semestre de 2023 no Rio Grande do Sul, o que pode comprometer o desenvolvimento das plantas e a produção do grão.