Ex-diretor da Polícia Civil do Distrito Federal, Robson Cândido, teve sua prisão preventiva mantida pela Justiça após audiência e custódia realizada na noite de sábado (4/11). O delegado foi posto em uma cela individual na carceragem do Departamento de Polícia Especializada (DPE).
A possibilidade de Robson Cândido ser transferido para o complexo penitenciário da Papuda não está descartada. Para manter a prisão do delegado, o juiz do processo, Frederico Ernesto Cardoso Maciel ressaltou que o ex-chefe da PCDF mantinha o monitoramento da ex-amante, mesmo sem estar no cargo de chefia, que deixou em outubro deste ano. “Há grave risco à integridade da vítima, o que justifica a decretação da prisão preventiva”, afirmou o magistrado em sentença.
“A vítima narrou que Robson a persegue, surpreendendo-a diversas vezes na rua e em locais por ela frequentados, o que fortalece os indícios da utilização indevida da medida de monitoramento para a prática do delito de stalking. Ademais, mesmo após ter sido intimado das medidas protetivas deferidas em favor da vítima, não foram tomadas medidas para encerrar o monitoramento eletrônico sobre a vítima”, diz documento do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT).
Além de Robson, a apuração do MPDFT teve como alvo o delegado-chefe da 19ª Delegacia de Polícia, Thiaggo Peralva. Para os promotores, os dois realizaram manobras nos autos de um processo criminal para inserir o telefone da vítima, que alega se ex-amante do ex-diretor geral da PCDF.
“Também utilizaram-se de bens pertencentes à Polícia Civil como viaturas descaracterizadas, celulares corporativos, carros oficiais e celulares de outros delegados da Direção-Geral da PCDF para a prática de delitos contra mulher em situação de violência doméstica”, diz trecho da decisão que resultou em manutenção da prisão preventiva.
Entenda o caso
A ex-esposa e a ex-amante de Robson procuraram a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, na Asa Sul e acusaram o delegado de perseguição e ameaças.
De acordo com a ex-amante, que é assessora especial do Metrô-DF, Robson não teria aceitado o término do relacionamento, passando a persegui-la em diversos lugares. De acordo com a vítima, o ex-delegado-geral “sempre demonstrava saber onde ela estava e o que fazia”.
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