Em entrevista coletiva à imprensa nesta segunda-feira (08), no Rio de Janeiro, o governador do Piauí e presidente do Consórcio Nordeste, Wellington Dias (PT), afirmou que na reunião com os governadores e com o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello, foi debatida a antecipação da entrega de 4,5 milhões de doses da vacina oriunda de um programa criado pela Organização Mundial de Saúde (OMS), para distribuir vacinas a países pobres e emergentes.
Segundo o governador piauiense, a previsão era de o Brasil receber até maio, o total de 9,1 milhões de vacinas da OMS, porém o Ministério da Saúde e governadores querem a antecipação da metade do número para março e a outra parte para abril.
Além do consórcio da OMS, o Brasil deve receber mais vacinas da Índia, que vai entregar 6 milhões, porém a entrega ainda não ocorreu. “Temos previsão de receber 2,9 milhões em março a até maio 6,2 milhões, o que totaliza 9,1 milhões. Queremos 4,5 milhões em março e o resto em abril. Da Índia esperamos 2 milhões em março e 4 milhões em abril”, disse Wellington.
Produção de vacinas no Brasil
De acordo com Wellington, o Fórum dos Governadores também debateu a transferência tecnológica de materiais para a produção de insumos para a vacina, assim a Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) pode produzir vacinas para o Brasil e para outros países.
“Debatemos com o fórum dos Governadores, para ocorrer a transferência tecnológica para que o IFA, o insumo para as vacinas seja produzido aqui no Brasil. Estamos falando da Fiocruz poder produzir vacina para o Brasil e para outros países. A ideia de manter a compra de vacinas pelos estados se mantém, onde tiver vacina estaremos indo atrás para celebrar compra, se não tiver compra do Ministério da Saúde, nós vamos indo comprar. Sabemos que há vacinas em estoque e como não está sendo usada nos USA, utilizaremos a diplomacia para que nessa conjuntura política possam ceder para o Brasil”, destacou.
Medidas restritivas
Ainda durante entrevista coletiva, Wellington Dias afirmou que os Estados irão debater para preparar medidas restritivas contra a covid-19 em conjunto, para que assim, todos os governadores sigam recomendações uniformes.
A ação entre estados ocorre devido a decisão do Governo Federal em não decretar um lockdown nacional, por conta disso, o Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) vai apresentar até o próximo domingo, medidas que deverão ser seguidas em todos os estados.
“Estamos debatendo com o Conselho de Secretários de Saúde, para que até domingo podemos ter uma uniformização de medidas sanitárias, para conter o coronavírus. Apelamos para o ministro, para que ele possa disponibilizar profissionais para os estados”, disse o governador.
Recomendação do lockdown
Conass defendeu a adoção imediata de lockdown nos Estados em que a ocupação dos leitos de covid-19 tenha alcançado mais de 85%. Em comunicado divulgado no início da tarde desta segunda-feira, 1º, o Conass também defendeu a adoção de um toque de recolher nacional, das 20h às 6h, em todo o País, inclusive nos finais de semana, e a suspensão do funcionamento das escolas.
Na carta, os gestores dizem que o Brasil enfrenta o pior momento da epidemia e criticam a falta “de uma condução nacional unificada e coerente” para a crise.
Os secretários de saúde pedem o recrudescimento das medidas de distanciamento social em todo o País, levando-se em conta “a situação epidemiológica e a capacidade de atendimento de cada região, avaliadas semanalmente a partir de critérios técnicos." No caso dos estados onde a ocupação dos leitos de covid-19 ultrapasse 85%, os secretários pedem a adoção do nível máximo de restrição.
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