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Coronavírus no Piauí

Após suspensão, Bolsa retoma negociações em queda de mais de 12%

Temor sobre os efeitos do coronavírus se agravou no início da tarde; dólar renova máxima do dia, acima de R$ 4,75.

A aversão ao risco continuou a dar o tom dos negócios na tarde desta quarta-feira, com aprofundamento das perdas nas bolsas de Nova York e na brasileira. Após acionar o mecanismo de circuit breaker por 30 minutos, por volta das 15h14, as negociações na Bolsa de Valores brasileira foram retomadas em queda superior a 10%. Por volta das 16h15, a Bolsa renovou a mínima perdendo os 81 mil pontos, em queda de 12,23%, aos 80.936,08 pontos.

A suspensão dos negócios durante a tarde ocorreu após queda de 10,11% do Ibovespa, quando o indicador marcava 82.887,24 pontos. As quedas foram acentuadas depois de a Organização Mundial de Saúde declarar pandemia do novo coronavírus. É a segunda vez que o mecanismo de circuit breaker é acionado na Bolsa de Valores brasileira nesta semana


A B3 informou que, exclusivamente para a sessão de negociação regular de hoje, dia 11, a partir das 15h53, os limites de oscilação diária para o contrato futuro de Ibovespa foram elevados dos atuais 10% para 12,5%.

O circuit breaker permite, na ocorrência de movimentos bruscos de mercado;o amortecimento das ordens de compra e de venda. O dólar renovou sucessivas máximas e bateu em R$ 4,7504, com alta de 2,01% depois da suspensão de negócios da Bolsa.

Na hora em que entrou no circuit breaker, Petrobras ON cedia 12,47% e Petrobras PN, 12,67%. A mineradora Vale recuava 10,29% e as principais quedas do índice estavam com Azul PN (-21,28%), Gol PN (-19,21%) e CSN ON (-17,40%).

Esta é a 19ª vez que o mecanismo é acionado desde sua adoção em 1997. Na segunda-feira, o Ibovespa caiu 12,17%, a maior baixa em mais de 20 anos. Antes disso, a última ocasião em que o circuit breaker foi ativado ocorreu em 18 de maio de 2017, por causa da Delação da JBS.

OMS

O temor sobre os efeitos do coronavírus continua no centro das atenções e se agravou no início da tarde, quando a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou que o Covid-19 corresponde a uma pandemia, com o seu espalhamento pelo mundo. Segundo o balanço mais recente da entidade, há atualmente mais de 118 mil casos de coronavírus confirmados, em 114 países, com 4.291 mortes. A entidade ainda advertiu que, nas próximas semanas, deve aumentar o número de casos e também as mortes causadas pela doença.

"Todos os países devem rever suas estratégias contra o coronavírus agora. Orientamos as nações para que encontrem, isolem, testem e tratem todos os casos", afirma a organização, observando que a taxa de mortalidade do vírus está se mostrando muito maior do que da de um influenza comum.

Petrobras

Em meio aos casos de coronavírus que aumentam no Brasil, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou que a mesa diretora se reunirá para decidir sobre a publicação de uma portaria restringindo o acesso à Câmara. Os papéis ON da Petrobrás entraram em leilão em queda de 14,22%, e as ações PN são negociadas com baixa de 13,61%. Os papéis ON da Vale caem 12,23%. Os papéis seguem renovando mínimas após o retorno dos negócios do Ibovespa pós-circuit breaker.

?Bear Market

O índice Dow Jones ampliou perdas e caiu a 5,452%, a 23.642,28, entrando em 'bear market' (como é chamado o mecanismo que suspende os negócios). O banco Goldman Sachs divulgou que prevê mais quedas nas bolsas em Nova York e estima que o S&P 500 caia para 2.450 pontos no meio do ano, o equivalente a uma baixa de 15% em relação ao fechamento de ontem. O estrategista de ações do Goldman nos EUA, David Kostin, avalia que o período mais longo de "bull market" (alta das ações) da história da economia americana, que já dura 11 anos, deve terminar "em breve", escreve em relatório.

Ásia

Após uma terça-feira de recuperação na Ásia, as Bolsas do continente fecharam em queda generalizada nesta quarta, mantendo o padrão de volatilidade das últimas semanas, enquanto investidores acompanham os desdobramentos da epidemia de coronavírus e possíveis medidas de estímulos por governos e bancos centrais.

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