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Colunista Feitosa Costa
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Morte de Fernanda Lages no dia 25 de agosto de 2011 abalou a população do Piauí


No dia 25 de agosto de 2011, o Piauí amanheceu com uma notícia chocante: uma moça muito jovem, bonita, de família de classe média alta havia sido encontrada morta no pátio interno do até então desconhecido prédio em construção da sede do Ministério Público Federal, na avenida João XXIII, Bairro dos Noivos. Um pouco mais tarde, na delegacia do 5º Distrito Policial, todos saberiam de quem se tratava: era a estudante de direto, Fernanda Lages Veras, 19 anos, tão extrovertida quanto bela.

O corpo foi encontrado por um operário. Os pedaços de paus e até uma barra de ferro, restos de construção, que se encontravam nas imediações, contribuíram para a construção da ideia de que a moça fora atacada com algum daqueles instrumentos. Dois dias depois, porém, o perito José Luis subiu os degraus da escada do prédio com um assistente e começou a elaborar a tese de que a moça havia morrido em consequência de uma queda de cima da varanda do prédio.
Imagem: DivulgaçãoFernanda Lages(Imagem:Divulgação)Fernanda Lages
A Polícia Civil enveredou por esse caminho investigando fundo a possibilidade de a moça ter sido jogada, ou seja, assassinada. O afastamento do delegado Mamede Lima do caso levantou uma série de especulações. Mamede estaria no caminho certo e por causa disso teria sido retirado do comando da investigação mas ao que parece a decisão foi do próprio delegado.

Família reage

A tese de suicídio começou a tomar corpo dentro da Polícia Civil e os primeiros sinais de que esta seria a conclusão do inquérito começaram a surgir. As reações da família de Fernanda, dos promotores Ubiraci Rocha e Eliardo Cabral e da sociedade foram imediatas: poucos acreditavam que aquela moça que passara pela ponte do rio Poty depois de sair de um bar na zona norte da cidade havia escolhido um prédio escuro, subido uma escada cheia de pedregulhos, para se matar.
Imagem: Wanessa Gommes/GP1Carro de Fernanda parado em frente à obra do prédio do MPF(Imagem:Wanessa Gommes/GP1)Carro de Fernanda parado em frente à obra do prédio do MPF no dia da reconstituição
Num ato presidido pelo então delegado geral James Guerra, que dava suporte ao presidente do inquérito, delegado Paulo Nogueira, a Polícia Civil anunciou a conclusão: morte violenta provavelmente provocada por suicídio. A família e nem os promotores aceitaram o resultado e começaram as articulações para colocar a Polícia Federal no caso.

Procuradores federais deram suporte ao Ministério Público Estadual para conseguir a entrada da PF no caso, respaldada pela tese de que a morte de Fernanda envolvia tráfico de mulheres. A Polícia Federal consumiu mais de dois meses de investigações, utilizando equipamentos modernos através dos quais descobriu que Fernanda, um homem até hoje não identificado e uma amiga da estudante, Nairinha, estiveram na porta do predio da procuradoria poucas horas antes de a garota ser encontrada morta.

Mesmo assim, para decepção principalmente da família, que ouvira dos delegados federais comentários de que Fernanda não havia se matado, a conclusão da PF foi a mesma da Polícia Civil, com um ingrediente a mais: Fernanda poderia ter morrido em consequência de um acidente.

A Polícia Federal ouviu 10 suspeitos, entre eles dois advogados, além do namorado de Fernanda, que não conseguiu confirmar seu álibi, empresários e amigos de noitadas. Hoje, quatro anos depois, a ideia que se formou é a de que a jovem filha de Barras foi vítima de uma conspiração.

EXCLUSIVAS

Contramão da história
Em determinados momentos parece que alguns representantes da Justiça gostam de ir à contramão da história. No atual momento os brasileiros clamam por Justiça, querem na cadeia aqueles que desrespeitam a lei porque ninguém deve estar acima dela.

Fato revoltante
Imagem: ReproduçãoThiago Castro(Imagem:Reprodução)Thiago Castro
De repente, surge alguém do judiciário que vai contra o anseio popular de ver as punições prevalecerem para todos, independentemente de sua condição social. Pelo menos era o que se comentava ontem nas imediações do gabinete do secretário de Segurança Pública quando se soube que a delegada Vilma não poderia mais dar prosseguimento às buscas para prender o médico Thiago de Castro Ramalho, acusado de espancar a esposa.

Inimigos
O enfrentamento verbal dos deputados João de Deus (líder do Governo) e Robert Rios Magalhães, no final da sessão de ontem na Assembleia Legislativa, transformou os dois em inimigos pessoais.

Passado sujo
Imagem: Lucas Dias/GP1João de Deus(Imagem:Lucas Dias/GP1)João de Deus
João de Deus disse da tribuna que Robert Rios tem o passado sujo, surpreendendo colegas que nunca imaginaram que ele seria tão pesado nas palavras.

Mau caráter
Imagem: Lucas Dias/GP1Robert Rios(Imagem:Lucas Dias/GP1)Robert Rios
Robert Rios voltou à tribuna e disse que não utilizaria os mesmos termos de João de Deus porque não tinha provas em mãos "mas uma coisa posso dizer: "o senhor é um cínico e mau caráter".

Tensão
Foi a sessão mais tensa dos últimos anos na Assembleia Legislativa. Com ataques semelhantes uma parecida ocorreu no tempo em que Waldemar Macedo foi presidente da Assembleia e Tomaz Teixeira, para atacá-lo, levou uma ratoeira para a tribuna.

Waldemar Macedo levou um punhal para o plenário


O então presidente da Assembleia Legislativa, Waldemar Macedo, havia dito para amigos e colegas que não aceitaria ser desmoralizado, depois de saber que Tomaz Teixeira, oposicionista, pretendia levar uma ratoeira para a tribuna. No dia seguinte, Tomaz entrou no plenário e ninguém viu objeto algum estranho à atividade parlamentar. Tomaz começou a discursar e no final, exibiu uma ratoeira. Após deixar a tribuna, foi para os fundos do plenário onde os repórteres o cercaram. Enquanto isso, Waldemar passava a presidência da sessão para um colega, levantando-se lentamente, saiu pela direita, desceu o elevado onde fica a mesa diretora e caminhou para o local onde os repórteres ouviam Tomaz. Tinha retirado o punhal do bolso quando foi contido por deputados amigos e por este repórter.

Ficaram amigos
Waldemar Macedo foi um dos políticos mais sagazes do Piauí. Tinha uma qualidade de poucos: jamais abandonou um amigo, não interessava as circunstâncias. Amigo era amigo e pronto. Também entendia que inimizades foram feitas para se transformar em amizades. Foi com esse pensamento que cedeu a pedidos de amigos comuns e retomou o bom relacionamento com Tomaz Teixeira. Fui, com muito orgulho, um amigo de Waldemar Macedo e até hoje faço questão de lembrá-lo. Quanto a Tomaz, o considero irmão, o pai dele e meu avô foram amigos inseparáveis.

"Quem é ele?"
Por onde passei desde às 7h30min da manhã de hoje fui abordado por pelo menos duas dezenas de pessoas: todas queriam saber o nome do desembargador que expediu um salvo conduto para o oftalmologista Thiago Castro, acusado de espancar a mulher violentamente no proprio local de trabalho.

Em defesa da lei
Imagem: DivulgaçãoDesembargador José Francisco do Nascimento(Imagem:Divulgação)Desembargador José Francisco do Nascimento
Foi o desembargador José Francisco do Nascimento quem expediu o salvo conduto para o médico Thiago Castro, que até hoje está em local desconhecido da delegada Vilma e da população do Estado.Tanta rapidez só pode ter sido em defesa da lei.

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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