Apesar das promessas de líderes internacionais sobre as ações para reduzir as emissões de gases de efeito estufa, dados da Organização das Nações Unidas (ONU) revelam que nunca o volume desses gases atingiu tais proporções. Em 2017, a concentração de CO2 e outros elementos bateu novo recorde. Já no Brasil, a emissão de gases-estufa caiu 2,3% no mesmo período, em relação ao ano anterior, conforme números do Observatório do Clima.
Segundo os cálculos das Nações Unidas, a concentração de CO2 atingiu pela primeira vez, em 2017, a marca simbólica de 405,5 partes por um milhão (ppm). Há apenas dois anos, ela cruzava pela primeira vez a marca de 400 partes. Em 2016, a taxa fora de 403,3 partes.
- Foto: Divulgação Poluição
Os estudos da ONU também revelam que "não há sinal de que essa tendência seja revertida, o que está conduzindo as mudanças climáticas no longo prazo, o aumento nos níveis dos oceanos, acidificação dos mares e eventos climáticos cada vez mais extremos".
Segundo Petteri Taalas, secretário-geral da Organização Meteorológica Mundial, a última vez em que o mundo viveu uma concentração equivalente de CO2 foi entre 3 milhões e 5 milhões de anos atrás. Naquele momento, as temperaturas eram 2 a 3 graus mais altas e os níveis dos mares cerca de 20 metros acima dos padrões de hoje.
"As emissões brasileiras estão estabilizadas em um mundo que está crescendo. Faz bastante tempo que estamos parados no mesmo lugar e o volume de emissões é praticamente o mesmo de 1990. Mas, se olhar pela evolução, a emissão tem sido maior per capita do que as outras registradas no mundo", diz Tasso Azevedo, coordenador-geral do Sistema de Estimativa de Emissão de Gases, do Observatório do Clima no Brasil.
Mas o resultado poderia ter sido melhor. O Cerrado, segundo maior bioma do Brasil, registrou aumento de cerca de 11% no desmatamento, o que faz aumentar o nível de emissões. No planeta, o CO2 é responsável por 82% do aumento do efeito estufa nos últimos dez anos.
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