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Acusada de antissemitismo, Universidade do Ceará anula questão de vestibular

A questão central das críticas foi a número 29, que abordava os custos humanos da Segunda Guerra Mundial.

A Universidade Estadual do Ceará (UECE) tomou a decisão de anular uma das questões do vestibular após ser acusada de antissemitismo pela Confederação Israelita do Brasil (Conib). A controvérsia se deu em torno de três perguntas da prova realizada no dia 28 de abril deste ano.

A questão central das críticas foi a número 29, que abordava os custos humanos da Segunda Guerra Mundial. O texto, ao afirmar que “o extermínio dos judeus foi uma decisão antieconômica na medida em que sua mão de obra escrava poderia ter sido mais bem explorada pelos alemães”, provocou indignação ao ser considerado desrespeitoso e antissemita pela Conib, por desumanizar a memória das vítimas do Holocausto.


O assunto tomou repercussão após publicações do pesquisador sobre antissemitismo contemporâneo, Matheus Alexandre, na rede social X. Ele fez comentários sobre as três questões do vestibular e questionou se a prova seria “um teste para aferir o nível de antissemitismo” de cada vestibulando.

Em nota, a Universidade Estadual confirmou a anulação da questão pela Comissão Executiva de Vestibular (CEV), responsável pela execução da prova, após análise. “A CEV já constatou inconsistência na elaboração dessa questão e, após consultar a banca de elaboração das questões, a CEV concluiu que os itens propostos para análise deixam margem para diversas interpretações e, portanto, nenhuma dessas respostas corresponde à realidade”, afirmou a Uece sobre o caso.

Outras questões sob análise

Além disso, as perguntas 27 e 35 também foram alvos de críticas. A questão 27 foi teria distorcido o texto bíblico ao tratar do êxodo do “povo hebreu do Egito para a Palestina”.

Já a questão 35 foi considerada tendenciosa por abordar o aspecto expansionismo territorial israelense de forma carente de respaldo histórico, o que poderia promover preconceitos e estereótipos contra a comunidade judaica.

A Conib anunciou que irá denunciar a universidade ao Ministério Público do Ceará, considerando que o caso pode configurar ato ilícito ou improbidade administrativa. A Sociedade Israelita do Ceará também se unirá à instituição na denúncia.

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