O juiz Raimundo Lucena Neto, da 5ª Vara do Júri da Comarca de Fortaleza (CE) determinou a soltura dos quatro policiais militares que haviam sido presos por suspeita de participação no assassinato da enfermeira piauiense Jandra Mayandra . A decisão foi proferida na sexta-feira (07).

Natural de Floriano, Jandra Mayandra da Silva foi brutalmente assassinada no dia 15 de maio no bairro Pirambu, em Fortaleza, após uma suposta briga de trânsito. Segundo informações apuradas pelo GP1 , a vítima estava com uma amiga em um veículo quando, em um semáforo, o motociclista bateu na traseira do carro. A enfermeira então seguiu trafegando na via, contudo, mais à frente, o mesmo motociclista atingiu o retrovisor do veículo. Os dois então discutiram e o homem atirou três vezes contra a piauiense, que não resistiu aos ferimentos e morreu no local. A amiga de Jandra não ficou ferida.

Foto: Reprodução/Facebook
Jandra Mayandra da Silva Soares

Os policiais, identificados como Dhoze Rafael Lima Ferreira, Gleidson da Silva Farias, Emanuel Fernandes Lima e Wladimir Cristiano Garcia, foram presos na quinta-feira (06), após a investigação apontar que eles pesquisaram dados da vítima momentos antes do crime. Entretanto, foram soltos após ser atestado que a consulta pelos dados da vítima foi feita somente após o assassinato.

O pedido de soltura foi feito pela Delegacia de Assuntos Internos (DAI), da Controladoria Geral de Disciplina dos Órgãos de Segurança Pública (CGD). “Considerando que se trata de informação relevante não só para a investigação como um todo, mas, principalmente, para a presente cautelar, dado que existem investigados presos, mostrou-se imperiosa a comunicação imediata a Vossa Excelência, de modo que possa deliberar a respeito de tal informação”, diz trecho do pedido dos delegados ao juízo da 5ª Vara do Júri.

Linha de investigação

Uma apuração feita pela Polícia Civil do Ceará apontou que a vítima registrou um boletim de ocorrência após sofrer ameaças de uma ex-colega, que alegava ter sido demitida por conta da piauiense. Nesse sentido, os investigadores trabalham com a hipótese de que a discussão de trânsito tenha sido forjada para encobertar o real motivo do crime. O motociclista acusado de efetuar os três disparos contra a vítima ainda não foi identificado, e permanece foragido.