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Eduardo Bolsonaro diz que 'Ainda Estou Aqui' retrata 'ditadura inexistente'

O deputado acusou o cineasta de ser um "psicopata cínico" por suas críticas ao Governo dos EUA.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL) comentou o prêmio conquistado pelo filme Ainda Estou Aqui, dirigido por Walter Salles, que venceu o Oscar 2025 na categoria de Melhor Filme Internacional. O parlamentar afirmou que a obra retrata uma “ditadura inexistente” e acusou o cineasta de ser um “psicopata cínico” por suas críticas ao Governo dos Estados Unidos.

Em suas postagens, o deputado se referiu a uma entrevista dada por Walter Salles, onde o diretor abordou a temática do autoritarismo presente tanto na ditadura militar brasileira quanto em contextos políticos contemporâneos, especialmente nos Estados Unidos. Durante a conversa, o diretor afirmou que, apesar de seu filme tratar da ditadura militar brasileira, muitas pessoas nos EUA se identificaram com a história, dado o clima que ele enxerga no país norte-americano atualmente.

Foto: Jeff Kravitz/FilmMagicWalter Salles ganha o primeiro Oscar do Brasil
Walter Salles ganha o primeiro Oscar do Brasil

“Estamos vivendo algo aqui que eu não esperei tão cedo. A gente está vendo um processo de fragilização crescente da democracia e esse processo está se acelerando cada vez mais”, comentou Salles.

“Eu diria que o filme, que fala de uma ditadura militar, se tornou próximo de quem o viu nos Estados Unidos. Ele ecoa o perigo autoritário que hoje grassa no mundo como um todo”, acrescentou o cineasta.

Eduardo Bolsonaro, em seu comentário, ironizou a posição de Walter Salles e sugeriu que, caso o cineasta criticasse o “regime instaurado pelo Alexandre de Moraes”, ministro do Supremo Tribunal Federal, ele poderia estar “na cadeia gozando de todo o esplendor da democracia da esquerda”. “Deve ser realmente muito difícil viver na ditadura americana”, finalizou o parlamentar.

Foto: Facebook/Eduardo BolsonaroEduardo Bolsonaro
Eduardo Bolsonaro

O filme Ainda Estou Aqui, inspirado no livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva, retrata a vida de uma família durante o regime militar dos anos 1970. A trama acompanha a história da família Paiva, que sofre com o desaparecimento de Rubens Paiva, sequestrado e morto durante o regime, e com a incansável busca de sua esposa, Eunice, por respostas sobre seu desaparecimento. A obra, que levou o Brasil a conquistar sua primeira estatueta de Melhor Filme Internacional no Oscar, também foi indicada em outras duas categorias: Melhor Atriz, para Fernanda Torres, e Melhor Filme.

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