As denúncias feitas pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, geraram descontentamento entre os membros da Corte. Conforme divulgado pelo portal Metrópoles nesta sexta-feira (14), as acusações, baseadas em supostas irregularidades cometidas pelo magistrado no exercício de suas funções, foram levadas à Organização dos Estados Americanos (OEA).
Em Brasília, Jair Bolsonaro se reuniu com uma comitiva do órgão, liderada pelo advogado colombiano Pedro Vaca Villarreal, relator especial para a Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH). O encontro foi organizado pelo advogado Paulo Cunha Bueno, que integra a defesa do ex-presidente em processos que ele responde no STF.
Durante a reunião, o ex-presidente afirmou que o ministro Alexandre de Moraes teria manipulado depoimentos, praticado "pescaria predatória" — prática investigativa ilegal, sem causa ou objetivo, vedada pelo ordenamento jurídico brasileiro — e ordenado a prisão de suspeitos mesmo sem a apresentação de uma denúncia formal. Nesse encontro, Jair Bolsonaro também declarou que sofre “perseguição política”.
Reação de ministros
A reunião entre o ex-presidente e a OEA provocou desagrado entre os ministros do Supremo Tribunal Federal. Até mesmo Alexandre de Moraes supostamente demonstrou à defesa de Bolsonaro que esse encontro não lhe agradou.
Para alguns aliados do ex-presidente, isso pode agravar a defesa de Bolsonaro em processos judiciais que ainda tramitam na Suprema Corte. Por isso, acreditam que ele deveria ter relatado essas situações apenas a simpatizantes e aliados, para que eles apresentassem as denúncias à OEA.
Esse grupo acredita que essa iniciativa poderia evitar o contato direto de Bolsonaro com a OEA, o que, por sua vez, reduziria a tensão com o STF e as possíveis consequências no meio jurídico. No entanto, o ex-presidente optou por outro caminho.
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