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Projetos de poder de Janja e Dino podem dificultar a reeleição de Lula

Contudo, suas iniciativas independentes e crescente visibilidade provocam tensões internas no PT.

A primeira-dama Rosângela Lula da Silva (PT), a Janja, e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, têm chamado atenção pela projeção que adquiriram durante o Governo Lula. Ambos são vistos como potenciais candidatos à Presidência da República em um futuro próximo, com apoio direto do presidente. Contudo, suas iniciativas independentes e crescente visibilidade alimentam questionamentos sobre o alinhamento estratégico no campo progressista e provocam tensões na base governista e no Partido dos Trabalhadores (PT).

Janja tem se destacado por seu papel ativo na política, rompendo o estereótipo tradicional de primeira-dama. Com equipe própria e orçamento que gerou despesas milionárias, ela atua na articulação de políticas públicas e na promoção de pautas como igualdade de gênero. Apesar disso, sua postura gera resistência dentro do PT e críticas relacionadas à transparência em gastos e legitimidade de sua atuação. Recentemente, Janja sugeriu formalizar a função de cônjuges do Executivo, o que reacendeu debates sobre sua crescente influência no governo.


Flávio Dino, que recentemente assumiu uma cadeira no STF, também é apontado como liderança alternativa no campo progressista. Mesmo fora do Ministério da Justiça, sua atuação no tribunal tem reforçado sua relevância política. Ele adotou pautas que favorecem o governo, como a suspensão de emendas parlamentares sem transparência e medidas para combater a corrupção. Apesar de negar ativismo, Dino tem conquistado apoio em setores da sociedade por sua defesa da transparência e da eficiência no uso de recursos públicos, o que fortalece sua posição como figura influente.

A atuação de ambos também gera desafios políticos para Lula. No caso de Janja, sua presença marcante, inclusive em eventos internacionais, já resultou em ruídos, como o desentendimento público com o presidente no evento do G20. Por sua vez, Dino, mesmo ocupando um cargo vitalício no STF, continua a construir pontes de poder que podem, futuramente, torná-lo um nome viável para a sucessão presidencial. A influência crescente de ambos movimenta o cenário político e divide opiniões na esquerda.

Enquanto Janja segue ampliando sua participação em políticas públicas e campanhas femininas, Dino utiliza sua posição no STF para reforçar agendas de interesse do governo, mas sem abandonar seu próprio protagonismo. A trajetória de ambos exemplifica o surgimento de novos polos de liderança no campo progressista, que podem, ao mesmo tempo, enriquecer e fragmentar as estratégias políticas em torno do governo de Lula.

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