Em meio à alta do dólar, preço da gasolina vai subir em fevereiro no Brasil

O Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre a gasolina e outros combustíveis vai aumentar no início de fevereiro no Brasil, em meio a preços pressionados pela alta do dólar, bem como pela recuperação das cotações internacionais do petróleo. Devido a isso, pode ser dificultada ainda mais a redução das taxas de juros no país.

Embora a Petrobras tenha indicado que vai aguardar para decidir sobre reajustes, os preços nas bombas já refletem os custos crescentes das importações e o valor da venda da maior refinaria privada do Brasil, assim como a valorização do dólar nas últimas semanas.

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Assim, a alíquota do ICMS sobre a gasolina e o etanol terá um acréscimo de R$ 0,10 por litro, passando de R$ 1,37 para R$ 1,47. Já o diesel e o biodiesel devem aumentar em R$ 0,06, indo de R$ 1,06 para R$ 1,12 por litro. Devido à gasolina ser o componente com maior peso no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esses ajustes devem pressionar a inflação.

Um levantamento realizado pela Edenred Ticket Log mostrou que o diesel S-10 finalizou dezembro com o valor médio de R$ 6,27 por litro, um aumento de 2,79% no ano. A gasolina e o etanol alcançaram R$ 6,29 e R$ 6,47 por litro, respectivamente. Esses reajustes ocorreram em um ano marcado por poucas alterações nos preços pela Petrobras, onde a estatal aumentou o preço da gasolina em suas refinarias apenas uma vez em 2024. Contudo, a Refinaria de Mataripe, administrada pela Acelen, repassou as oscilações do mercado internacional com maior frequência, a exemplo do dia 26 de dezembro, quando os preços aumentaram devido à alta do dólar.

Mesmo que a pressão cambial tenha diminuído, o preço do petróleo voltou a subir, passando de US$ 72 para cerca de US$ 76 por barril entre 20 de dezembro e a última sexta-feira (03). O banco de investimentos Goldman Sachs avalia que possíveis sanções ao Irã pelo novo governo de Trump podem manter a tensão no mercado e estima que o barril custará US$ 78 em junho deste ano.

A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, ressaltou que a empresa vai monitorar o comportamento do mercado antes de tomar decisões. Contudo, mesmo que não opte por novos aumentos, a estatal não tem margem para reduzir os preços nas refinarias e compensar o aumento do ICMS.