O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, se pronunciou sobre a relação do Governo Lula com a administração de Donald Trump nos Estados Unidos. Após criticar o uso de algemas em brasileiros que foram deportados por estarem ilegais no país norte-americano, Lewandowski afirmou que o governo petista não deseja “provocar nem afrontar” os EUA.
Conforme o ministro, o processo de deportação de brasileiros que estavam ilegais nos Estados Unidos violou alguns direitos humanos fundamentais. Para ele, os direitos humanos devem ser priorizados em qualquer deportação.
“Não queremos provocar o governo americano, até porque a deportação está prevista em um tratado entre o Brasil e os Estados Unidos que autoriza a deportação. Mas, obviamente, essa deportação tem que ser feita com respeito aos direitos fundamentais das pessoas, sobretudo àqueles que não são criminosos”, explicou Lewandowski.
Brasileiros algemados
Durante o retorno ao Brasil, muitos brasileiros deportados foram algemados. Assim que tomou conhecimento da situação, o ministro da Justiça ordenou a retirada das algemas. Em conversa com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi determinado o envio de um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para que concluísse o envio dos deportados de Manaus a Belo Horizonte.
Segundo a pasta, o governo norte-americano insistia em manter as algemas durante o trajeto interno no Brasil. Diante disso, a Polícia Federal foi acionada para que as circunstâncias do retorno dos brasileiros fossem investigadas, com o intuito de evitar situações semelhantes.
Deportados no Governo Biden
Durante o mandato do ex-presidente Joe Biden, 3.660 brasileiros deportados dos EUA aterrissaram no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais. Eles desembarcaram em 32 voos fretados pelo governo do democrata. Os registros são correspondentes ao período de 27 de janeiro de 2023 a 10 de janeiro de 2025, logo após o Governo Lula assumir.
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