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Jornal da Suíça critica luxo e nepotismo do Judiciário brasileiro

O jornal Neue Zürcher Zeitung apontou críticas diretas ao ministro Gilmar Mendes, decano do STF.

Na última quarta-feira (15), o Judiciário brasileiro foi alvo de críticas do jornal suíço Neue Zürcher Zeitung (NZZ), que destacou práticas de nepotismo e a ostentação de luxo em eventos promovidos por magistrados. Na publicação, o veículo de comunicação enfatizou o uso de verbas públicas para financiar encontros luxuosos com listas de convidados criteriosamente selecionadas. Segundo o texto, essas reuniões incluem participantes com vínculos profissionais ou interesses diretos em processos que estão sob julgamento nos tribunais brasileiros.

“Imagine o seguinte cenário na Suíça: um juiz do Tribunal Federal convida, anualmente, um seleto grupo de juristas para um evento grandioso em um resort de luxo no Caribe. Entre os convidados estão juízes, advogados influentes, políticos e altos funcionários públicos. O evento é financiado por empresas que são clientes dos advogados presentes ou que têm casos sendo julgados no tribunal. Isso acontece todos os anos no Brasil”, descreveu o jornal.


Foto: Gustavo Moreno/SCO/STFMinistro Gilmar Mendes
Ministro Gilmar Mendes

O Neue Zürcher Zeitung apontou críticas diretas ao ministro Gilmar Mendes, decano do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de promover encontros dispendiosos cuja ética é questionável. Segundo a publicação, os eventos frequentemente contam com patrocínios de grupos com interesses diretos em decisões judiciais.

“Mendes é o decano do tribunal, ou seja, o juiz mais antigo em atividade. [...] No 12º Fórum Jurídico, realizado em junho, participaram 300 palestrantes, com a presença esperada de 2.000 participantes. O evento é coorganizado pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), que pertence a Mendes e sua família”, pontuou o jornal.

O artigo também abordou os altos custos dessas reuniões, que incluem jantares exclusivos e coquetéis. Apesar de muitos detalhes permanecerem obscuros, o texto sugeriu que parte das despesas possivelmente são financiadas com recursos do Estado brasileiro.

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