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Moraes derruba sigilo de áudio de reunião com Jair Bolsonaro e Ramagem

Na gravação, Bolsonaro, Ramagem, Augusto Heleno, e advogadas discutem irregularidades de auditores.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, retirou o sigilo nesta segunda-feira (15) do áudio obtido pela Polícia Federal de uma reunião que contou com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro. O áudio de 1 hora e 8 minutos foi encontrado no computador de Alexandre Ramagem, ex-diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e atual deputado federal, durante uma investigação sobre um suposto esquema de espionagem ilegal.

Na gravação, Bolsonaro, Ramagem, o então ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), general Augusto Heleno, e duas advogadas discutem supostas irregularidades cometidas por auditores da Receita Federal. A reunião trata de um Relatório de Inteligência Fiscal que motivou uma investigação envolvendo o senador Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas”. A Polícia Federal suspeita que Ramagem tenha sido o responsável por gravar o encontro.

Durante a conversa, Bolsonaro sugere que alguém fale com o então secretário da Receita, José Tostes, e com o chefe do Serpro sobre a investigação contra Flávio. Ele menciona Gustavo Canuto, ex-ministro do Desenvolvimento Regional e atual funcionário da Dataprev, indicando que não haveria problema em conversar com ele sobre o assunto. A Dataprev é responsável pelo processamento da base de dados sociais do país.

As advogadas presentes na reunião acusam auditores da Receita Federal de prevaricação e alegam que servidores estariam plantando ilícitos para destruir reputações. Uma das advogadas afirma que o corregedor da Receita Federal se cala diante dessas supostas irregularidades e até ameaça o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal (Sindifisco).

Na semana passada, a PF deflagrou uma operação para apurar o suposto esquema de espionagem ilegal de autoridades dentro da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo Bolsonaro. Também é investigado o suposto uso da agência para proteger os filhos do ex-presidente.

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