Os jornalistas Marcelo Castro e Jamerson Oliveira, que atualmente atuam na filiada do SBT na Bahia, são suspeitos de desviar R$ 500 mil doados por telespectadores do programa Balanço Geral, da TV Record, onde atuaram até março de 2023. A Polícia Civil do estado concluiu o inquérito em dezembro do ano passado e segundo informações da Revista Piauí, que teve acesso ao relatório final, os dois eram líderes do esquema criminoso.
Segundo a publicação, a suspeita surgiu depois que o programa colocou no ar, em 28 de fevereiro de 2023, a história de Guilherme, de 1 ano, que precisava de remédios para o tratamento de um tumor na barriga e de outro no crânio. O jogador Talisca, natural da Bahia e que hoje atua ao lado de Cristiano Ronaldo, no Al Nassr, entrou em contato ao vivo informando que custearia a primeira ampola do remédio para o menino.
O staff do atleta, porém, notou que a chave Pix fornecida fora do ar era diferente da mostrada na transmissão e alertou a direção da emissora sobre o estranhamento. Após o alerta, uma investigação interna constatou que a chave exibida na TV pertencia a um barbeiro sem qualquer ligação formal com o programa. Além disso, foi notado que, dos R$ 109,5 mil arrecadados com a ajuda dos telespectadores no caso do menino, apenas R$ 40 mil chegaram à família.
De acordo com a Polícia Civil, os outros R$ 69,5 mil teriam sido desviados. Desta quantia, segundo a Revista Piauí, R$ 27 mil teriam ido para Castro, R$ 9 mil para um motorista de aplicativo e R$ 31,5 para Jamerson Oliveira. Todos os investigados negaram a acusação.
Poucos dias depois do apelo feito ao vivo na TV Record, o menino não resistiu, morrendo no hospital.
Ao todo, a Polícia Civil apontou outros 13 casos semelhantes ao do menino Guilherme e não descartou a possibilidade de que “inúmeros casos, ainda não identificados, possam ter ocorrido ao longo dos meses ou anos”.
O que dizem os envolvidos
Castro, ao ser procurado pela Revista Piauí, em 17 de maio, respondeu: “Boa Tarde. Se meu nome for citado irei processar você e a Revista Piauí”. Oliveira, por sua vez, deu uma resposta semelhante: “Oi, se meu nome for citado, irei processar você e o veículo".
O defensor de ambos, Marcus Rodrigues, disse que não poderia dar mais informações. “Não posso falar de algo que se encontra em sigilo procedimental”, respondeu.
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