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Ministério Público do RS identifica soda cáustica em produtos lácteos

Cinco pessoas foram presas até o momento, sendo quatro em caráter preventivo e uma em flagrante.

O Ministério Público do Rio Grande do Sul realizou, nesta quarta-feira (11), uma operação contra a adulteração de produtos lácteos em uma fábrica da Dielat, localizada em Taquara, Região Metropolitana de Porto Alegre. A investigação aponta o uso de substâncias como soda cáustica e água oxigenada para disfarçar a deterioração de leite UHT, leite em pó e compostos lácteos, representando graves riscos à saúde. Cinco pessoas foram presas até o momento, sendo quatro em caráter preventivo e uma em flagrante. A operação, batizada de Leite Compensado, está em sua 13ª fase.

Entre os presos preventivamente estão Antonio Ricardo Colombo Sader, sócio-proprietário da empresa; Tales Bardo Laurindo, diretor; Gustavo Lauck, supervisor; e Sérgio Alberto Seewald, engenheiro químico conhecido como "mago do leite". Uma mulher, cujo nome não foi divulgado, foi presa em flagrante por supostamente ordenar a destruição de provas.


A operação incluiu 16 mandados de busca e apreensão em cidades do Rio Grande do Sul e em São Paulo. A defesa de Seewald nega qualquer envolvimento do engenheiro com a Dielat e alega criação de fatos por parte do MP.

Foto: Divulgação/MP-RSOperação Leite Compensado, deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul
Operação Leite Compensado, deflagrada pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul

De acordo com o MP, os produtos adulterados têm ampla distribuição no Brasil e são exportados para a Venezuela. A Dielat também venceu licitações para fornecer laticínios a órgãos públicos e escolas de pelo menos sete municípios do Rio Grande do Sul, entre eles Porto Alegre, Alvorada e Taquara. No mercado brasileiro, os produtos são vendidos sob marcas como Mega Lac, Mega Milk e Tentação, enquanto no exterior levam o nome Tigo. A fraude inclui a reutilização de produtos vencidos, mascarando sua acidez e pH.

O engenheiro químico Sérgio Alberto Seewald, figura central da operação, já havia sido investigado por fraudes semelhantes em 2014, na quinta fase da operação, e enfrentou uma condenação em 2005 por prática similar. Promotores destacam a sofisticação crescente das fórmulas fraudulentas, dificultando a identificação de substâncias nocivas como soda cáustica e água oxigenada nas análises preliminares realizadas por órgãos fiscalizadores, como o Ministério da Agricultura e Pecuária.

Exames mais detalhados estão sendo realizados para identificar os lotes contaminados. A operação segue com o objetivo de reforçar a fiscalização e evitar que práticas como essas continuem colocando a saúde pública em risco. A defesa de Sérgio Alberto Seewald informou que estão sendo adotadas todas as medidas judiciais para garantir a liberdade do cliente e reiterou que ele não possui vínculo formal com a Dielat.

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